A WTorre Engenharia mudou sua estratégia de atuação, deixou de focar na construção de obras próprias e passou a priorizar a prestação de serviços para terceiros.
A projeção da empresa é que esse segmento tenha sido responsável por 63,2% de seu faturamento total no ano passado. Em 2013, não chegava a 10%.
"Conseguimos vencer algumas concorrências. A construção da fábrica da Nissan, por exemplo, é um contrato de R$ 500 milhões", afirma o CEO da empresa de engenharia, Fernando Ferreira.
As alterações no modo de atuação da companhia, porém, também refletem uma retração de 75% no faturamento com projetos próprios, que passou de R$ 1 bilhão em 2013 para cerca de R$ 350 milhões no ano passado.
"Essa queda é consequência da postergação de alguns empreendimentos por causa da demora para se conseguir as licenças", diz o executivo.
Editoria de arte/Folhapress |
Como resultado, a empresa terá uma diminuição de 14% na receita total de 2014. A projeção é que ela tenha ficado em R$ 950 milhões.
Entre os projetos adiados, dois seriam de grande porte e demandariam mais de R$ 2 bilhões cada um, segundo Ferreira. Eles devem começar a ser implantados ainda neste ano.
Outros R$ 400 milhões serão destinados à construção de condomínios logísticos. Cerca de 75% desses recursos serão investidos em centros de distribuição nos Estados de São Paulo e do Rio.
"Trabalhamos muito com 'built to suit' [contrato de aluguel em que o locatário encomenda a construção da obra], o que diminuiu a ociosidade."
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Luxo inglês
A primeira fábrica da Jaguar Land Rover, empresa britânica de veículos de luxo, no Brasil começará a produzir apenas em 2016, mas o presidente da companhia para a América Latina e o Caribe, Terry Hill, já planeja exportar para a região.
"É um plano para o longo prazo", frisa Hill. "Por ora, nosso foco é no mercado interno", completa.
A estratégia poderá ajudar se o anunciado aumento da alíquota de PIS/Cofins sobre artigos importados encarecer os produtos, dificultando as vendas domésticas.
"Essa é uma alternativa, mas acreditamos que o Brasil, que é um dos países em que mais temos crescido, continuará receptivo aos carros da marca. Os brasileiros adoram os SUVs (veículos utilitários esportivos)."
Karime Xavier/Folhapress | ||
Terry Hill, presidente da Jaguar Land Rover para América Latina e Caribe |
A construção da fábrica em Itatiaia (RJ) receberá investimentos de R$ 750 milhões.
O esportivo que será montado na unidade, o Discovery Sport, chegará ao país no início deste ano, ainda importado de Liverpool com preço a partir de R$ 180 mil.
O valor foi estabelecido com base na futura produção local, pois os carros nacionais da marca custarão o mesmo que os importados.
A companhia também fará na cidade um centro educacional para crianças em idade escolar, semelhante ao que tem no Reino Unido.
24 mil unidades será a capacidade anual de produção da fábrica brasileira
42 será o número de concessionárias da empresa no Brasil até março deste ano
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Em direção ao top 10
O mercado brasileiro deverá estar entre os dez principais da Audi em até cinco anos. Hoje, o país fica em torno da 20ª posição -a companhia não divulga a colocação exata.
O Brasil foi o local onde a empresa mais cresceu em 2014. Até novembro, a alta era de 105%, com 12.122 carros vendidos. Para 2015, a previsão é que sejam 15 mil unidades e, para 2020, 30 mil.
A entrada em operação da linha de montagem da marca na fábrica da Volkswagen em São José dos Pinhais (PR) deverá contribuir para que a companhia atinja sua meta.
"Mas temos uma estratégia complexa no país, que inclui publicidade, concessionárias e produto certo para o público brasileiro", diz o presidente da Audi do Brasil, Jörg Hofmann.
Claudio Belli - 27.out.14/Valor/Folhapress | ||
Jörg Hofmann, presidente da empresa no Brasil |
Entre as ações colocadas em prática pela empresa está a expansão de sua rede de concessionárias. Deverão ser abertas dez unidades neste ano e mais dez em 2016. A meta é ter 70 em 2017.
No total, R$ 300 milhões serão investidos em lojas.
A empresa também abrirá um novo centro de treinamento no país e dobrará a capacidade de seu centro de distribuição em Jundiaí (SP).
Apesar do aumento nas vendas, a alta do dólar poderá interferir nos resultados da companhia neste ano.
"Ajustamos os preços com base na inflação, não podemos mudá-los por causa da cotação. Se o valor da moeda piora, ganhamos menos dinheiro ou não ganhamos."
R$ 500 milhões estão sendo investidos na linha de produção da marca no Paraná
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Empresa de fidelização investe R$ 150 mi em expansão
A empresa de fidelização de clientes Dotz investirá R$ 150 milhões em 2015 em seu projeto de expansão. O valor é o mesmo aportado em 2014.
Do total, 30% será para ações de marketing. O restante será destinado a novos escritórios e tecnologia.
Com os recursos, a companhia pretende entrar nos mercados da Bahia, do Rio Grande do Sul, do Rio de Janeiro e de Mato Grosso. A chegada à capital paulista, porém, deve ficar para 2016.
"Quando chegamos a uma nova localidade, temos que ter um mix de parcerias que inclui de bancos a supermercados", diz o presidente da empresa, Roberto Chade.
"Em São Paulo, não há grandes redes de supermercados regionais, apenas nacionais. Negociar com essas empresas é mais complexo e não faz sentido entrar na cidade sem os parceiros certos."
Hoje, a Dotz tem 15,2 milhões de clientes em dez Estados. A meta da companhia é dobrar o número de participantes do programa até 2017.
"Mesmo com crise, podemos ter um crescimento expressivo porque o setor ainda está em desenvolvimento."
O grupo canadense Loyalty One, um dos maiores do mundo do segmento, detém atualmente 37% da Dotz.
com LUCIANA DYNIEWICZ, LEANDRO MARTINS e ISADORA SPADONI