Folha de S. Paulo


Sou feliz sendo prostituta

Certamente a frase que está no título dessa coluna vai trazer dores de cabeça para a presidente Dilma Rousseff.

O risco, porém, é o governo não explicar direito --e o efeito ser negativo. Já estou vendo muita gente deturpando a frase, virando motivo de deboche.

O tema faz parte de uma campanha de publicidade, lançada nas redes sociais pelo Ministério da Saúde, com o objetivo de mostrar respeito às prostitutas e, assim, atraí-las para campanhas preventivas contra doenças sexualmente transmissíveis.

É uma estratégia que funcionou com os gays.

Campanhas publicitárias valorizaram os gays, respeitando seus direitos, para facilitar a mensagem de saúde pública. Hoje vemos como muita gente aprendeu a se preservar, reduzindo o risco de contaminação.

Num momento em que tipos como Marcos Feliciano viram figuras públicas (e, para muitos, respeitáveis) campanha de respeito à prostituta revelam coragem.

É quando o interesse de saúde pública não esbarra no moralismo.

Como era previsível, o ministro da Saúde tirou a campanha do ar logo que sentiu a repercussão. Afinal, Dilma é candidata à reeleição e o ministro, possível candidato ao governo de São Paulo.


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