Folha de S. Paulo


O estranho socialismo de Chico Buarque

O secretário da cultura de São Paulo, Juca Ferreira, me informa que, apesar de todos os esforços e apelos, Chico Buarque se recusou a tocar na Virada Cultural, prevista para 18 de maio.

Há três meses, Chico está no topo da lista dos artistas pedidos para o evento. A enquete , votada por internautas, já teve mais de 800 mil votos. É estranho.

Estranho especialmente vindo de Chico Buarque, cuja imagem está associada à democratização da sociedade e, especialmente, ao socialismo.

Digo isso porque para ir aos seus seus shows há uma enorme barreira de renda, acessível aos mais ricos.

A Virada Cultural seria uma chance de muita gente ver um dos indivíduos mais talentosos da cultura brasileira, cujas letras e músicas são fontes de inspiração e prazer há décadas.

No mínimo, seria uma homenagem à cidade em que foi educado, projetou-o nacionalmente por meio dos festivais e onde seu pai foi tão marcante.

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Apesar da decepção, nada disso me faz perder um milímetro de admiração pelo artista e por sua obra.


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