A noite de quarta-feira foi mágica para os fãs do esporte e do basquete, em particular.
Em Los Angeles, um dos maiores jogadores de todos os tempos se despediu das quadras : Kobe Bryant. Após 20 anos no Lakers e um tour de despedida cheio de homenagens, ele marcou 60 pontos, a maior pontuação de um jogador até agora nesta temporada da NBA. Saiu de cena como o terceiro maior pontuador da história da liga. Um mito se foi.
Enquanto ele brilhava pela última vez, outra magia acontecia a 550 km dali. Stephen Curry liderava o Warriors para o recorde de vitórias na temporada regular : 73 em 82 jogos. Eles superaram uma lenda, o Chicago Bulls da temporada 96/96. Curry acertou dez arremessos de três pontos e chegou a 402 cestas de três na temporada, um abuso. É o novo mito.
Antes deles, houve vários outros. Bryan superou Michael Jordan em pontos, mas ficou atrás de Karl Malone e Karrem Abdul-Jabbar. Curry já lidera a galeria dos reis do arremesso de longa distância, superando caras como Larry Bird e Reggie Miller.
E há mais gente vindo, mais gente subindo. As universidades se encarregam disso, seus torneios são prévias da liga profissional.
O show está sempre lá, a roda de criação de ídolos não para de girar, e a maneira como eles se relacionam com o público é cada vez mais simpática, intensa, interativa.
São os três alicerces do sucesso da NBA.
Sim, esta é uma coluna sobre automobilismo. Que tem seu ápice na F-1. Que, no começo do mês, proibiu Hamilton de postar vídeos do paddock nas mídias sociais.
O inglês é dos esportistas mais ativos nas redes sociais. Facebook, Instagram, Twitter, Snapchat... Ele está lá, postando o tempo todo. No começo da semana, soubemos que ele foi passear na Muralha da China. Na semana passada, ele estava em Nova York. É seguido por 3,2 milhões de pessoas só no Twitter.
Mas a F-1 –leia-se Ecclestone– não gosta de vídeos do paddock. Entende que isso fere os direitos de imagem da categoria. Priva milhões de fãs e milhões de potenciais interessados de conhecer curiosidades dos bastidores.
Os outros dois pontos de apoio do tripé também estão bambos.
O show é coisa cada vez mais rara, e a fracassada tentativa de mexer no treino classificatório é reveladora de o quanto os dirigentes estão perdidos. A atual geração de pilotos, embora excelente do ponto de vista técnico, carece de personalidade.
Por essas e por outras que o basquete hoje é o segundo esporte mais assistido pela TV ao redor do mundo. Por essas e por outras que a F-1 só aparece em sétimo.
PS: Bryant deixou a quadra do Staples Center ao som de "Simply The Best", de Tina Turner. Em 1993, num show em Adelaide, a americana dedicou a música a Senna. Horas antes, ele havia conquistado aquela que seria sua última vitória na F-1.