Folha de S. Paulo


Fabricante de foguete é alvo de crítica após acidente

A empresa Orbital Sciences, responsável pelo foguete que explodiu nesta terça (28) ao ser lançado de uma base nos EUA, está sendo criticada por usar velhos motores NK-33, de origem russa.

Originalmente, eles foram desenvolvidos para uso no foguete N1, que deveria ter levado cosmonautas à Lua na década de 1960 mas nunca realizou um lançamento bem-sucedido.

Em defesa de sua tecnologia, engenheiros russos alegam que qualquer problema deve ter sido ocasionado pelas modificações introduzidas pelos americanos aos velhos motores.

Ainda não se sabe, porém, o que causou o acidente com o foguete, que levaria a cápsula de carga Cygnus à Estação Espacial Internacional.

Logo nos primeiros segundos de voo, o foguete começou a se desfazer. Diante do problema, o controle da missão teve de acionar o comando de autodestruição.

Ninguém ficou ferido. Os detritos do foguete foram arremessados ao mar, na costa da ilha Wallops, Virgínia.

A Nasa gastou o dia seguinte ao acidente reafirmando sua confiança na iniciativa privada para os serviços de transporte de carga à Estação Espacial Internacional, reforçando a defesa da opção da administração Obama de usar parceiros comerciais para manter operações da ISS.

Além da Orbital, a Nasa tem contratos com a empresa SpaceX para o transporte de carga. Neste ano, SpaceX e Boeing foram contratadas para transportar astronautas à estação a partir de 2017. Nos voos tripulados, a Orbital não terá participação.

Se uma perda de carga por falha no lançamento já é incômoda para os planos da Nasa, a sombra que ela projeta sobre futuros voos tripulados é ainda maior.


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