Folha de S. Paulo


A última chuva de meteoros do ano

Salvador Nogueira

Chegamos à última chuva de meteoros anual de 2014. As Geminídeas, como o nome sugere, parecem emanar da constelação de Gêmeos e devem ter seu pico de atividade durante este fim de semana. O melhor dia para observar será na virada de sábado para domingo.

As Geminídeas registradas em série fotográfica produzida em 2007 por Erno Berko, na Hungria.
As Geminídeas registradas em série fotográfica produzida em 2007, na Hungria. (Crédito: Erno Berko/APOD/Nasa)

Uma curiosidade sobre essa chuva em particular é que sabemos sua origem, e são detritos deixados não por um cometa, mas por um asteroide. No caso em questão, trata-se do bólido celeste conhecido como Faetonte.

As Geminídeas acontecem todos os anos em meados de dezembro, quando a Terra cruza a órbita dele  o traçado do Faetonte lembra muito o de um cometa de curto período, que o leva periodicamente a passar de raspão pelo Sol. Especula-se até que o objeto possa ser um cometa morto, que esgotou seu material volátil (principalmente água) depois de passar muitas vezes pelo interior do Sistema Solar. Restou apenas um pedregulho rochoso e esfarelado que, pela pressão da radiação solar, vai deixando detritos ao longo de sua órbita.

Quando essas pedrinhas adentram a atmosfera do nosso planeta, produzem o espetáculo que veremos no fim de semana, se as nuvens deixarem. A previsão para este ano é de que o fenômeno produza cerca de 120 meteoros por hora, sob as melhores condições de observação. O que significa, claro, que você não deve esperar ver algo assim, e sim uma contagem bem mais modesta. Quanto mais ao norte, melhor. As regiões Norte e Nordeste podem esperar taxas máximas entre 42 e 64 meteoros por hora. No Centro-Oeste e no Sudeste, as máximas ficam entre 31 e 47, e no Sul, entre 29 e 43. Em todos os casos, um bom número.

PARA OBSERVAR
O melhor momento para ver as Geminídeas será a partir das 23h, quando a constelação de Gêmeos  de onde parecem emanar os meteoros  já nasceu ao leste (mesma direção onde nasce o Sol). Depois da 1h, a Lua minguante surge também ao leste e seu brilho atrapalha a visualização dos bólidos menos brilhantes (uma perda de 20% no total dos objetos visíveis). De toda forma, nada impedirá que você siga tentando ver alguns até umas 4h30, quando a luz do Sol nascente começa a atrapalhar a visão do céu.

Desnecessário dizer que o fenômeno não apresenta nenhum perigo e é absolutamente democrático: dispensa o uso de qualquer instrumento óptico.

“Você só precisa dos seus olhos, uma cadeira de praia e motivação”, diz Hickel. “Não há região específica do céu a olhar. O ideal é procurar um lugar escuro, longe da poluição luminosa das grandes cidades, com o horizonte livre (sem edificações, árvores ou morros próximos) e deitar-se em uma cadeira de praia, de modo a ver o máximo de céu possível. Tenha paciência e não espere um show pirotécnico. Observe por pelo menos 1 hora para ver um número razoável de meteoros.”

NA TV: Neste sábado (13), na GloboNews, o Mensageiro Sideral fará uma viagem até Júpiter, para explorar um mistério: o que está acontecendo com a Grande Mancha Vermelha, marca registrada do maior planeta do Sistema Solar? Ao longo dos anos, ela vem encolhendo em ritmo acelerado. Será que vai sumir? Não perca, neste sábado, a partir das 22h, no Jornal das 10 da GloboNews!

Acompanhe o Mensageiro Sideral no Facebook e no Twitter


Endereço da página:

Links no texto: