Folha de S. Paulo


Menino de 8 anos é baleado na cabeça e está em estado gravíssimo no Rio

Um menino de oito anos foi baleado na cabeça, neste domingo (3), durante uma tentativa de arrastão em Gramacho, na cidade de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense (RJ). Segundo informações da Polícia Militar, a ocorrência se deu nos arredores da favela do Retão, onde homens armados tentaram fechar a avenida Gomes Freire para abordar o pai da criança e outros motoristas.

Durante a ação criminosa, o pai tentou manobrar o carro e fugir do local. Os assaltantes então abriram fogo contra o automóvel e um dos disparos acabou atingindo o garoto, que que estava no banco de trás.

A vítima foi levada para o hospital estadual Adão Pereira Nunes, em Saracuruna, também em Duque de Caxias. Ela está internada na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e apresenta quadro clínico gravíssimo, de acordo com a Secretaria de Estado de Saúde. Não foram divulgados os detalhes do estado de saúde.

Reprodução/TV Globo
Carro do pai da criança foi alvejado pelos criminosos
Carro do pai da criança foi alvejado pelos criminosos

À "TV Globo", na porta do hospital, um homem que se identificou como irmão do menino afirmou que, durante a madrugada, o paciente teve cinco paradas cardíacas. A Polícia Civil foi procurada, mas ainda não informou se houve registro de ocorrência para que seja realizada investigação sobre o caso. A instituição informou apenas que aguarda informações da delegacia da região.

CRISE NA SEGURANÇA

Com a política de segurança em crise, o Rio perdeu um policial militar a cada dois dias, aproximadamente, em 2017.

Para efeito de comparação, o Estado de São Paulo registrou 22 policiais militares mortos de folga ou em serviço no primeiro semestre deste ano, sendo que a PM paulista tem quase o dobro do efetivo do Rio –87 mil agentes, ante 45 mil– e mais que o dobro da população –45 milhões de habitantes, contra 17 milhões.

Ao mesmo tempo, as mortes provocadas por policias aumentaram 45% neste ano no Rio. Foram 551 mortes por policiais no primeiro semestre de 2017, ante 400 no mesmo período do ano passado.

De modo geral, o número de mortes violentas no primeiro semestre deste ano (3.457) cresceu 15% em relação ao mesmo período de 2016. Foi o pior primeiro semestre desde 2009 (3.893).

Assim com o segundo-sargento Santana, a maior parte dos PMs morreu em folga. Especialistas apontam uma série de hipóteses para isso.

HISTÓRICO DE Pms MORTOS NO RIO -

A série da estatística policial, iniciada em 1994, mostra que o problema da vitimização policial é antigo. No entanto, agora, todos os fatores que levam à morte de policiais foram exacerbados com a crise econômica que deixa um rombo de R$ 21 bilhões nos cofres fluminenses e uma série de servidores e pensionistas com vencimentos atrasados.

No Estado, homicídios e roubos em geral estão em alta. PMs são vítimas frequentes de assalto e, por andarem armados, são mortos ao reagirem ou serem identificados.

Muitos PMs costumam fazer os chamados bicos, trabalhando principalmente como seguranças privados, para complementar suas rendas.

O Regime Adicional de Serviço, que permite que policiais militares e civis trabalhem na folga para as próprias polícias, complementando a falta de efetivo, não é pago desde setembro do ano passado. Policiais também não receberam o 13º salário.

Também há aqueles que atuam no crime e morrem em decorrência de conflitos, em acertos de conta.

VIOLÊNCIA GERAL - Mortes violentas no Estado do Rio no 1º semestre de cada ano*


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