Folha de S. Paulo


Sem provas cabais, indícios contra Lula serão 'grande batalha jurídica'

Não restam dúvidas de que a empreiteira OAS reformou o apartamento tríplex no Guarujá para beneficiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. É o que explica o repórter especial da Folha Mario Cesar Carvalho no vídeo acima. A ausência de provas cabais, no entanto, "vai ser a grande batalha jurídica" segundo o jornalista.

A falta de provas foi citada também pelos procuradores da Lava Jato enquanto apresentavam denúncia contra o petista, que é acusado de comandar o esquema de corrupção na Petrobras e atuar, junto com a empreiteira OAS, no desvio de ao menos R$ 87,6 milhões da estatal.

Em mesa transmitida ao vivo e comandada pelo também repórter especial da Folha Fernando Canzian, Carvalho diz que "o principal estranhamento sobre essa denúncia é o caminho que ela percorre para chegar ao tríplex do Guarujá".

O jornalista lembra que o imóvel no litoral paulista é alvo da investigação pois teria sido um benefício dado a Lula pela OAS que, ao ser descoberto pela imprensa, foi dispensado pelo ex-presidente.

Direto do Rio, outro participante da transmissão, o colunista da Folha Bernardo Mello Franco, comentou o discurso de defesa de Lula feito nesta quinta, no qual o ex-presidente se compara a Jesus Cristo. Dizendo-se indignado com a decisão do Ministério Público, Lula desafiou: "prova uma corrupção minha que irei a pé ser preso".

Para o colunista, ficou claro que Lula "quer preservar o seu capital político" ao fazer um discurso para agrupar as lideranças do PT e também para tentar "salvar o próprio mito". "Ele é o mais carismático líder popular das últimas décadas do Brasil", avalia Mello Franco.

Num discurso emocionado, Lula chamou de "show pirotécnico" a apresentação feita na véspera pelos procuradores.


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