Folha de S. Paulo


Especialista critica uso indiscriminado de inseticidas no combate ao aedes

A eficácia para conter o surto de zika no país e o aumento de casos de microcefalia não está prioritariamente em fumacês e inseticidas, mas sim no combate ao criadouro do mosquito Aedes aegypti. Essa é a opinião de Paulo Ribolla, entomologista especialista em insetos e professor da Unesp, que participou nesta quarta-feira (25) de transmissão ao vivo na " TV Folha".

"O inseticida acaba sendo um método de controle de último caso, pois não temos mais o que fazer", diz o professor em entrevista aos jornalistas Cláudia Collucci e Gabriel Alves, repórter especial e de "Ciência" da Folha, respectivamente.

Segundo Ribolla, o que acontece muitas vezes é o uso indiscriminado de inseticidas que acaba selecionando linhagens resistentes. "O mosquito não está mudando. o problema é o fato de termos muito mosquito. Talvez por um problema de controle e, em parte, por um problema ambiental", completa.

O Aedes aegypti é urbano e está intimamente associado às cidades, conforme explica Ribolla. "Na verdade, é a gente que está criando o mosquito, indiretamente. Ele acaba sendo um ótimo vetor, pois tem íntimo contato com o homem."

Sobre o uso dos fumacês, o especialista diz não acreditar plenamente em sua eficácia, mas reconhece a utilidade do recurso. "Com certeza o fumacê não vai eliminar o mosquito. Lógico, ele vai diminuir a população de mosquitos adultos, que justamente transmite o vírus para a gente."

Doenças transmitidas pelo Aedes aegypti


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