Folha de S. Paulo


Por menos brigas, advogados sugerem guarda compartilhada gradativa

A luta para ter a guarda compartilhada da filha virou o projeto de vida de Paulo Halegua. Gerente de banco, ele foi cursar direito e virou advogado especializado em direito de família para usufruir do direito de conviver com a filha.

Halegua contou sua história na edição ao vivo da "TV Folha" desta quinta-feira (28). "Eu senti preconceito até por parte da família. Existe o apelo na sociedade que o lugar de filho é com a mãe e ao pai cabe ajudar".

A advogada Shirlei Saracene Klouri, especialista na área de família, também participou do debate. Ela defende que não há necessidade de laudos para a guarda compartilhada. "Na frente do juiz, o pai ou mãe podem levantar acusações para não aceitar a guarda compartilhada. E então isso retardada o processo, pois são pedidos laudos, avaliações e análises psicossociais", explica.

"O Estado deveria trabalhar com a presunção de que pai e mãe podem dividir os cuidados com o filho. Na separação, o que costuma haver é o pai virar um visitante do filho", completa Shirlei.

A advogada usa como exemplo um idoso, em comparação à criança. Ela lembra que filhos e familiares se mobilizam para o bem-estar desse familiar, e ficar trocando de casa uma vez por semana não é confortável. "Com a criança é a mesma coisa, deve-se pensar no bem-estar do menor, não na facilidade e comodidade de pais e mães", diz ela, que defende que o advogado deve atuar também como conselheiro da situação para evitar a briga, o conflito e competição.

Por fim, Paulo Halegua propõe a guarda compartilhada gradativa. "Podem fazer uma escala. É assim que o advogado deve se comportar". Para ele, os pais devem lembrar que o filho não é propriedade de nenhum dos dois. "É preciso aprender a compartilhar, não dividir".

A mesa foi comandada Bell Kranz, blog "Casar, descasar, recasar".


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