Folha de S. Paulo


Combate à zika dá certo em Miami; veja

Na Flórida, o Aedes tem ficado restrito a uma área relativamente pequena, e o uso generalizado de ar condicionado, telas nas portas e janelas e a baixa densidade populacional limitaram a disseminação dos vírus transmitidos pelo mosquito.

Além disso, há um programa permanente de combate ao inseto, que mantém a população de vetores em números reduzidos.

Entre novembro e maio, quando as temperaturas caem com a chegada do inverno no hemisfério Norte, há redução no número de mosquitos. O condado de Miami-Dade, onde fica Miami, desferiu um segundo golpe no Aedes tratando a água da chuva, que corre por canos e tubulações, com larvicidas para eliminar as larvas do mosquito. Na alta estação dos insetos, entre maio e novembro, o condado atende a chamados de moradores com inspeções e uso de larvicidas e inseticidas para mosquitos adultos.

O sistema de saneamento básico também é um fator que, na comparação com o Brasil, explica a menor magnitude do surto de zika nos EUA. O Estado foi ágil na implantação do esquema de prevenção ao zika.

Em fevereiro de 2016, quando foram registrados os primeiros casos "importados" de zika na Flórida, o governador republicano Rick Scott declarou estado de emergência. Ele requisitou 5.000 kits de prevenção e instruiu a população da Flórida a se preparar, "da mesma maneira que faz quando há furacões".

O governo distribui repelente para a pele, preservativos (para evitar transmissão sexual), tabletes de larvicida para colocar em água parada e até repelente para uso em roupas. Desde agosto, o governo da Flórida oferece testes de zika gratuitos para todas grávidas.

A partir de julho, quando os primeiros mosquitos portadores de zika foram encontrados no bairro de Wynwood, o condado contratou uma centena de agentes para controle de mosquitos, que intensificaram o uso de inseticidas e larvicidas. Nas áreas onde havia transmissão, vistoriavam as propriedades para eliminar focos de água parada.

O condado calcula que tenha gasto US$ 10 milhões desde agosto com o combate ao Aedes, muito acima do orçamento de US$ 1,8 milhão de que dispunha para isso. Recebeu recursos adicionais do governo estadual e aguarda repasses federais já autorizados.


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