Folha de S. Paulo


Drogas, morte, sangue e aplausos marcam noites violentas das Filipinas

"Mataram mais um."

Na frequência de rádio da polícia de Manila estava a senha para o 123º dia da guerra contra as drogas nas Filipinas.

O pavio foi aceso pelo presidente Rodrigo Duterte, eleito em maio de 2016 com a promessa de "varrer do país" viciados e traficantes.

"Matem os criminosos, e eu os protegerei. Abusem ou cometam crimes privados, e eu os matarei", declarou publicamente à polícia nacional (PNP).

Logo após a eleição, cadáveres começaram a aparecer com a cabeça coberta por fita adesiva e cartazes dizendo: "Era um traficante. Não seja como ele".

Os crimes, atribuídos a grupos de extermínio, entram na conta oficial como "mortes sob investigação".

Deois vieram as vítimas de operações policiais, iniciadas assim que Duterte tomou posse, em 1º de julho.

Até novembro, quando a Folha esteve na capital, Manila, quase 5.000 pessoas haviam sido mortas pela polícia ou por esquadrões da morte -sem julgamento ou prova de que fossem criminosas. Um mês depois, já são 6.000, uma média diária de 37 assassinatos.

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