Folha de S. Paulo


Gordices: Coxinhas variadas fizeram fama de box em sacolão no Bexiga

Ir ao Box 62, instalado em um sacolão embaixo da Radial Leste, próximo ao Teatro Oficina, é boa chance de visitar um Bexiga que resguarda, ainda hoje, ares de antigamente. Ele divide espaço com açougue, pastelaria e empório, num clima simples e descontraído.

Do balcão, comandado por Mara Rasmussen, uma cozinheira talentosa, capaz de fazer receitas que falam à alma, com aconchego e preços muito abaixo da média paulistana, saem quitutes como o cuscuz de camarão, umedecido com banha de porco, uma delícia (R$ 9). Os PFs, fartos, com salada fresca, "colhida" no sacolão ao lado saem por R$ 38 e podem vir com paleta de porco, língua bovina, filé-mignon, moelas ou anchova.

Também fizeram fama ali as mais diversas coxinhas, a R$ 7,50, nas quais são variadas as bases para a massa e os recheios. Gorduchas e sequinhas, há versões como a de pernil com massa de mandioca, carne-seca com massa de abóbora e shimeji com massa de batata-doce.

Para a sobremesa, vale provar o suspiro caseiro, em ponto raro, meio puxa e cremoso por dentro, que pode ser combinado com morangos e chantili (R$ 9).

HISTÓRIA

A saber, pois é curioso, Mara Rasmussen é formada em letras, foi estudar em Paris, onde se interessou mais pelas feiras do que pelos livros –e lá cozinhava para os estudantes.

Em São Paulo, abriu o tradicional Bar da Terra, nos anos 1970, numa Vila Madalena ainda erma, frequentado pela turma da Libelu, movimento estudantil ligado ao trotskismo, e por toda sorte de intelectuais –Angeli, irmãos Caruso, Caetano Veloso.

Depois tocou o bar Platibanda, na mesma Vila Madalena, mas em versão mais badalada, à semelhança do que se encontra por ali hoje. Pois há três anos e meio, Mara vendeu o carro, mudou-se para o Bexiga e abriu seu Box 62, para o qual vai a pé e onde cuida de tudo –compras, cozinha e atendimento.

BOX 62
Onde: r. Jaceguai, 557, Bela Vista


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