Folha de S. Paulo


Marcas têm aprendido a dialogar com jovens no mundo digital, diz publicitário

O presidente da agência J. Walter Thompson Brasil, Ezra Geld, falou sobre o impacto da mídia digital no Arena do Marketing, programa realizado pela Folha e em parceria com a ESPM-SP. Na transmissão ao vivo pela 'TV Folha', ele também debateu como as empresas estão respondendo às novas mídias.

Geld falou sobre o impacto transformador do digital para a indústria da comunicação no Brasil, com as novas tecnologias procurando novas formas de contar histórias. Participaram da mesa a jornalista Mariana Barbosa e o professor Emmanuel Publio Dias, vice-presidente corporativo da ESPM

Formado em história, Geld considera a publicidade o encontro do comércio com a cultura. Para o publicitário, o profissional da comunicação precisa ter um lado técnico, mas também uma formação cultural rica.

Geld disse acreditar que nas novas tecnologias, o debate de opiniões pode conviver, mas que isso é um desafio para o mercado publicitário, que não está acostumado em dialogar, apesar dos anseios por transparência por parte do público jovem.

"Se você é dona de uma marca, e você vê alguém falando algo negativo a respeito, é preciso pensar bem como responder. Mas o mercado está aprendendo, não é mais um monólogo", diz Geld.

Para Geld, os consumidores que usam as tecnologias para reclamar por reclamar estão perdendo espaço, ao mesmo tempo em que as empresas aprenderam que não é possível agradar a todos.

"A pressão está muito grande em cima da agências para gerar conteúdo relevante ao público da marca", diz Geld, que aponta a maior dificuldade para os anunciantes encontrarem a linguagem certa para cada público específico, ainda que ele acredite que isso ajude a sofisticar o mercado.

Já do lado dos anunciantes, o publicitário afirma que o cliente quer uma comunicação digital sofisticada e boa, mas que isto tem um custo e são nos momentos de crise, como o atual, em que aumenta a criatividade. Segundo Geld com menos dinheiro é possível priorizar coisas diferentes, e nisso o digital sofre menos.

Quanto à produção, Geld explica que relações públicas e publicidades, que eram duas coisas separadas, estão evoluindo em direção a uma integração e que também aumentou o convergência da fala publicitária com a fala jornalística, à partir da necessidade de maior diálogo entre empresas e consumidores.

Para Geld, as perspectivas do mercado publicitário para este ano não estão nem boas nem ruins, mas que após um começo turbulento, melhorou a clareza do mercado em relação ao resto do ano no país e é isso, mais do que Olimpíadas, o que vai pautar como será o mercado em 2016.


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