Folha de S. Paulo


Vail é parque temático do esqui com pistas de vários níveis

Pergunte a um esquiador experiente qual a diferença entre entre Aspen e Vail, dois dos principais locais de esqui no Colorado (EUA), e ele lhe responderá de bate-pronto. Enquanto o primeiro é o local escolhido por quem quer ver e ser visto, o segundo é perfeito para esquiar com família e amigos.

Aspen é a estação mais famosa do país, onde estrelas de Hollywood e astros da música pop desfilam em carrões. No Natal passado, a cantora Taylor Swift esteve por lá com o DJ Calvin Harris, na época seu namorado.

Diferentemente de Aspen, Vail não é um destino popular entre celebridades. Em vez disso, a cidade, que abriga uma das maiores estações de esqui do país, é praticamente uma Disneylândia da neve, com dezenas de pistas, comida boa e hotéis que podem ser ao mesmo tempo rústicos e luxuosos.

O turista pode esquecer o carro quando for a Vail, que fica a cerca de três horas do aeroporto de Denver. Os hotéis oferecem transporte grátis para todos os cantos.

A cidade, com construções em estilo alpino, é dividida em duas partes: a praça, onde há uma profusão de hotéis, lojas, bares e restaurantes literalmente no pé da montanha e o pequeno centro, que fica a dez minutos de ônibus (grátis).

Em Vail, o objetivo é esquiar –mesmo para turistas que não tenham experiência. Tanto é que existem áreas para iniciantes em todos os pontos da montanha.

No total, a cidade tem 195 pistas de esqui, das quais cerca de 35 são para iniciantes, 56 para esquiadores intermediários e 103 para experientes. O sistema de gôndolas e teleféricos funciona bem e leva os viajantes para todos os pontos com rapidez.

Bateu a fome no meio do dia? Há uma dezena de restaurantes incrustados no meio da montanha.

Esqui em Vail, nos EUA

MONITORES

Num cenário hipotético, de uma viagem de um casal com dois filhos, é totalmente possível que as crianças fiquem acompanhadas de instrutores, em aulas coletivas de esqui ou em uma das 13 áreas próprias para elas, enquanto os pais desbravam as pistas.

Na hora do almoço, todos podem se encontrar no meio do caminho. O The 10th, por exemplo, é um restaurante com o conceito "ski-in, ski-out" –algo como "entre, coma, e esquie de volta".

Das mesas, dá para aproveitar a vista do lugar. O restaurante tem ainda um grande closet, onde os visitantes deixam seus equipamentos e vestem uma pantufa no lugar das pesadas botas de esqui.

No jantar, seja em família ou com grupos de amigos, o Game Creek é uma boa opção –dez entre dez guias recomendam o local, que fica no topo da montanha.

A chegada ao restaurante, localizado numa cabana de pé-direito alto, é parte importante do programa.

Depois de pegar uma gôndola, embarca-se em um "snowcat" –trator de neve com um compartimento para passageiros. A viagem até o lugar é uma oportunidade para ver a imensidão de neve sem ninguém, iluminada apenas pela luz da lua.

As pistas de esqui funcionam de 8h às 16h, então é preciso estar atento para o último horário da gôndola. Depois que o teleférico fecha, só se chega ao pé da montanha esquiando morro abaixo.

Cansou, mas quer continuar no clima dos esportes radicais? Uma opção é o "snow tubbing", espécie de toboágua (seria "toboneve"?), em que o visitante desce uma imensa rampa sobre uma boia inflável.

Paga-se US$ 45 (R$ 144) para ter direito a três descidas ou US$ 75 (R$ 240) para viagens ilimitadas –e é bem possível que o turista prefira essa opção. Dá para descer em grupo ou sozinho. Uma câmera daquelas próprias para esportes radicais rende imagens memoráveis.

No fim do dia, quem não quiser aderir ao chamado "après-ski" –termo que significa uma bebida após um dia na montanha– pode fazer uma massagem ou relaxar numa banheira quente no spa do hotel luxuoso Arrabelle at Vail Square, ideal para os que, menos acostumados à rotina na montanha, estejam com dores no corpo.

AULAS

Para quem nunca esquiou pode parecer impossível descer uma montanha coberta de neve. Em Vail, iniciantes passam o dia com instrutores bilíngues que ensinam crianças e adultos a se locomover.

O contato é tão intenso que muitas vezes termina em amizade. "Alguns alunos viraram amigos para a vida toda. É preciso desenvolver empatia, já que o aluno passará o dia com você", diz o instrutor Ray Dwyer, 58, que trabalha há 30 anos em Beaver Creek, estação vizinha a Vail.

Para passar confiança, os instrutores precisam ser calmos e didáticos. Cair faz parte e ninguém espera uma grande comoção caso se desequilibre.

Também não é preciso se sentir mal porque um grupo de crianças esquia melhor que os adultos. As jaquetas dos pequenos têm uma alça vertical nas costas, usada para erguê-los quando há uma queda.

Nas primeiras aulas, os instrutores ensinam a se deslocar sem os tradicionais bastões, que parecem servir para frear o esqui (o que é errado e pode causar lesões nas mãos), mas, na verdade, ajudam a se locomover em terrenos planos.

Segundo Dwyer, o segredo para o controle do esqui está no dedão do pé. Ao pressioná-lo contra o chão, o esqui se volta para o lado onde há maior pressão. Ou seja, para virar à direita faz-se força com a dedão direito e vice-versa.

Para frear é preciso girar a extremidade dos pés para dentro e pressionar com mais força o dedão, numa posição chamada de pizza por conta do triângulo que se forma. "É questão de confiança e calma. Se você ficar nervoso, perderá o controle", diz ele.

Em Vail, há desde aulas para pessoas que nunca vestiram um esqui na vida até para aqueles que já esquiaram e querem aperfeiçoar suas habilidades. Uma aula em grupo para iniciantes custa US$ 189 (R$ 605) por pessoa e dura um dia inteiro. Aulas particulares custam a partir de US$ 675 (R$ 2.161).

"Os instrutores são uma espécie de embaixadores da montanha. Todos cuidam para que a experiência seja positiva", diz Johnna Escobedo, relações públicas de Vail Resorts.

O jornalista viajou a convite do Vail Resorts

Esqui nos EUA

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Destinos

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Pacotes

EUA

US$ 1.395 (R$ 4.466)
Valor por pessoa para cinco noites em Vail. Não inclui aéreo nem 'skipass', que dá acesso a montanhas e pistas de esqui. Na Teresa Perez: teresaperez.com.br

US$ 1.425,70 (R$ 4.563)
Sete noites em Park City, com Epic Pass, que dá acesso ilimitado às estações de esqui. Valor não inclui aéreo. Na Snowtime Ski Travel: snowtime.com.br

US$ 1.827 (R$ 5.850)
Sete noites em Aspen, em janeiro. Valor inclui 'skipass' por seis dias, mas não prevê passagens aéreas. Por pessoa. Na Interpoint: interpoint.com.br

R$ 6.806
Seis noites em Aspen com café da manhã incluso, sem 'skipass' no valor. Por pessoa, com passagens aéreas. Na Submarino: submarinoviagens.com.br

US$ 2.939 (R$ 9.410)
Com 'skipass' incluso, sete noites em Heavenly, sem alimentação no pacote. Com aéreo. Na SkiBrasil: skibrasil.com.br

R$ 9.954
Com aéreo, três noites em Denver, no The Pines Lodge, a RockResort. Pacote para duas pessoas, com aéreo. Não inclui 'skipass'. Na Expedia: expedia.com.br

US$ 3.373 (R$ 10.799)
Sem aéreo, valor por pessoa para sete noites em Wyoming e 'skipass' de seis dias para a estação de Jackson Hole. Na Sete Mares: setemaresturismo.com.br


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