Aldmara Veronese, 44, responsável pelo roteiro sensorial, participa de passeios com cegos há 15 anos. Ela se aproximou desse público ao frequentar as atividades da ONG Grupo Terra –em que voluntários conduzem pessoas com deficiência visual.
O passeio sensorial que ela criou para cegos e pessoas com baixa visão é seu projeto de conclusão no curso técnico em guia de turismo do Senac (a faculdade a ajudou a obter o patrocínio da Fresp).
Segundo Veronese, agências de viagens não estão preparadas para atender a pessoas com deficiência. "Conheço gente que já omitiu sua deficiência na hora de buscar um pacote, por medo de não conseguir fechar a compra. Outros viajaram e não receberam assistência do hotel."
Procurada pela Folha, a Associação Brasileira das Agências de Viagens reconheceu que o atendimento precisa melhorar, mas destacou que isso faz parte de uma adaptação de todo o setor. Marcos Balsamão, presidente da seção paulista da Abav, diz que a entidade dá cursos de capacitação e que já há agências especializadas.
Nesta quarta-feira (31), o Ministério do Turismo lançou uma cartilha para prestadores de serviços ligados ao turismo, em que mostra como atender o visitante com deficiência ou mobilidade reduzida. A publicação acontece a uma semana do início da Paraolimpíada, que começa no próximo dia 7 de setembro.
O guia, que pode ser visto aqui, mostra as diferenças entre pessoas com deficiência e com mobilidade reduzida e traz informações de acessibilidade para diferentes casos.
PRÓXIMOS PASSOS
As primeiras experiências do projeto de Veronese foram na região de Espírito Santo do Pinhal porque ela descobriu que a cidade estava investindo em acessibilidade.
A viagem inaugural foi em 11 de junho; a segunda, no dia 30 de julho, quando a reportagem acompanhou o roteiro. A próxima está prevista para outubro, em um circuito por plantações de frutas de cidades como Atibaia e Vinhedo. Mais informações no site rizzatour.com.br.
