Folha de S. Paulo


De paraquedas ou helicóptero, turista desafia o medo na Nova Zelândia

"Há 50 tons de verde e de azul para apreciar na Nova Zelândia", diz, animada, a guia de um passeio pela ilha de Waiheke, destino a 30 minutos de barco de Auckland, a maior cidade do país, com 1,4 milhão de habitantes.

De fato, a diversidade natural impressiona e pode ser apreciada de vários jeitos. Em Waiheke, além de praias e de um oceano translúcido, o turista pode explorar as mais de 20 vinícolas ali estabelecidas. Há desde pontos de encontro para jovens na faixa dos 20 anos até propriedades sofisticadas, que produzem vinhos premiados em competições internacionais.

Entre esses dois extremos, uma boa opção é visitar a vinícola Te Motu, que oferece degustação a preços acessíveis –20 dólares locais pelo teste de cinco produtos (R$ 46)–, além de contar com um restaurante próprio. O lugar oferece uma linda vista para o vinhedo.

De volta a Auckland, é possível experimentar uma das atividades favoritas dos habitantes da cidade: uma volta de barco à vela.

A empresa Explore vende tanto um passeio em uma embarcação veloz, antes utilizada pelo time neozelandês na tradicional America's Cup, quanto em um barco menos esportivo. Em ambos os casos o turista poderá aproveitar a vista da baía da cidade e de seu distrito de negócios.

Já para os turistas mais radicais, a cidade oferece duas possibilidades de salto: um assistido por cabos do topo da Sky Tower, de 192 metros de altura, ou o tradicional bungee-jump da ponte do porto, de 40 metros.

CIDADE RADICAL

Apesar das duas atrações de Auckland, a cidade ideal para quem procura atividades radicais na Nova Zelândia é Queenstown, localizada no sul do país.

Ao pé das montanhas Remarkables ("as memoráveis") e ladeada pelo lago Wakatipu, a cidade oferece opções por terra, água e ar.

Pode-se saltar de um helicóptero para o topo de uma montanha, voar de asa-delta, saltar de paraquedas, praticar bungee-jump com uma das maiores alturas do mundo (134 metros), acelerar em descidas de trenó ou em lanchas pela região.

A Folha testou uma modalidade recém-criada na região: a tirolesa iniciada por uma queda livre, em penhasco de 182 metros de altura.

Não bastasse o tamanho do desafio, os guias da Shotover Canyon Fox fazem questão de brincar com o medo de quem se arrisca na empreitada (ao custo de 165 dólares locais, R$ 380). "Espero que você se divirta nesses últimos momentos", fala um deles para uma garota quase aos prantos –mas satisfeita ao final da aventura.

Queenstown é também uma ótima base para conhecer a beleza natural da região sul da Nova Zelândia.

O passeio de carro pelo cânion Skippers, em suas apertadas estradas, serve para relembrar o passado da área, em que exploradores fizeram uma verdadeira corrida pelo ouro –antes dos europeus, os maori se atinham à extração de jade, ou "pounamu", à beira de rios locais.

É possível ainda navegar pelo lago Wakatipu, em um instrutivo passeio que inclui paradas em locações usadas por filmes como "Senhor dos Anéis" ou "Nárnia" e uma volta de lancha em alta velocidade pelo lago Wakatipu (229 dólares locais, R$ 527).

COMIDA DO LADO DE LÁ

Embora não tenha uma culinária típica marcante, a Nova Zelândia oferece ao turista opções gastronômicas saborosas. Uma razão para isso é a boa qualidade dos ingredientes locais.

Legumes e frutas frescas, ostras e peixes recém-saídos do mar, frangos e carneiros criados livres, laticínios feitos em sistema de cooperativas. Tudo vendido em pequenos negócios, muitas vezes familiares, que valorizam a matéria-prima e a produção própria, quase artesanal.

Em Auckland, a maior cidade do país, ao norte, e em Wellington, no centro, há dois passeios que podem agradar a qualquer paladar.

Na primeira cidade, ponto de entrada da maioria dos turistas, a empresa Finding Flavour ("encontrando sabor", em tradução livre) oferece um tour pela principal via do bairro Mount Eden, reconhecido por abrigar empreendimentos artísticos e culturais.

Por 119 dólares neozelandeses (R$ 274), o passeio de três horas permite que o turista deguste um pouco de tudo –e a lista é longa.

Estão inclusos nessa maratona pães artesanais, chás feitos a partir de ervas locais (como a kawakawa), frutas, sobremesas, peixes (um "fish and chips" herdado da colonização britânica), embutidos, cafés e, por fim, um restaurante italiano. Vale a pena guardar um espaço no estômago para o almoço.

Dirigido e criado pela imigrante Stefania Ugolini, auxiliada por cozinheiros e garçons italianos, o restaurante Pasta & Cuore tem ganhado, de forma merecida, a atenção da imprensa de Auckland.

Ali, em um pequeno salão ou em um jardim aconchegante, são oferecidas massas frescas em receitas tradicionais, do clássico molho à bolonhesa ao "verdadeiro carbonara", que o cardápio faz questão de enfatizar.

Para a noite, o ideal é visitar a região de Ponsonby, uma das mais movimentadas de Auckland, e escolher uma das diversas opções no Ponsonby Central.

CAPITAL DO CAFÉ

A cidade de Wellington não se contenta em ser a capital da Nova Zelândia: ela deseja ser uma das capitais mundiais da cultura do café. Um bom modo de conhecer essa faceta local é o passeio gastronômico da Zest Tours (179 dólares locais, R$ 412, mínimo de duas pessoas).

Partindo do centro da cidade, a pé, o visitante conhece empresas que importam grãos de todo o mundo –inclusive do Brasil– para criar seus próprios blends.

Exemplo disso é o Havana Coffee Works, situado em um edifício de esquina que concentra a atividade industrial e o atendimento ao consumidor.

Durante o passeio, há paradas em sorveterias, em pequenas fábricas de creme de amendoim e de chocolate e em um supermercado gourmet, o Moore Wilson's, onde é feita uma degustação de queijos nacionais.

A última parada é, outra vez, em um café, onde o guia oferece uma lista valiosa de restaurantes, bares e cafeterias mais frequentados por locais. Boa sugestão é o Matterhorn, um restaurante elegante em uma galeria de lojas na rua Cuba, ponto turístico da cidade.

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