Folha de S. Paulo


Parques são lado acessível de Genebra, terra de '20% do dinheiro do mundo'

Do topo de um hotel próximo ao lago Léman, em Genebra, uma funcionária aponta para prédios à frente e chama a atenção dos hóspedes: "Vocês estão olhando para 20% do dinheiro do mundo!".

Exagero ou não, a brincadeira faz sentido. Mais do que chocolates, relógios ou canivetes, os polpudos bancos suíços se tornaram símbolo do luxo que permeia o país.

Depositar fundos nos cofres helvéticos, entretanto, é algo para um grupo bem restrito. Mas a cidade que abriga edifícios administrativos de organizações importantes, como a das Nações Unidas, reserva opções que, se não são baratas, podem ser acessíveis sem deixar o glamour de lado.

Nos mais de 50 parques que Genebra oferece, a disciplina germânica e o charme francês, frutos de um país que também faz fronteira com Itália, Áustria e Liechtenstein, misturam-se em paisagens vistosas, nas quais cada árvore, cada flor, parece ter sido milimetricamente plantada.

Um desses cenários é o Parc des Eaux Vives, um dos mais antigos da cidade, que transformou uma mansão do século 18 em um hotel quatro estrelas. Enquanto o restaurante e o terraço do local recebem casamentos e eventos corporativos, nos jardins os visitantes aproveitam a área de quase 90 mil metros quadrados para piqueniques em meio a esculturas contemporâneas, exibidas temporariamente devido a uma parceria com a feira ArtGenève.

E não são poucos os que vão até o parque para deitar na grama e fazer um lanche.

Aqueles que não quiserem levar a própria comida, contudo, não passarão fome: o restaurante do Parc des Eaux Vives vende cestas com salada, sanduíche, sobremesa e refrigerante por 28 francos suíços (cerca de R$ 95) cada uma, mas é preciso reservá-las ao menos um dia antes.

'SOMMELIER DE RELÓGIOS'

Ainda que o clima quente desta época do ano convide o turista para uma soneca fora de hora nos parques de Genebra, eis uma tarefa impossível na Suíça, a terra dos relógios.

Se há quem vá à cidade para conhecer pontos turísticos como o Jet d'Eau, uma fonte imensa no lago Léman que atinge até 140 metros de altura, muitos viajam até o país apenas para comprar relógios de grifes famosas.

Na distribuidora Les Ambassadeurs, que existe há 50 anos e comercializa marcas como Breitling, Cartier e Roger Dubuis, o gerente da filial genebresa, Ignaz Steg, afirma que costuma receber muitos chineses, russos e árabes em busca de modelos específicos.

"Ninguém mais precisa de relógio para saber a hora, está tudo no celular", pondera. "Ter relógio hoje serve para mostrar quem você é, que estilo quer transmitir."

Em um mercado que vê as exportações caírem vertiginosamente –1,6 bilhão de francos suíços em junho, queda de 16,1% em relação ao ano passado–, Steg atua como um "sommelier de relógios".

Orienta qual produto é melhor para o comprador e explica peculiaridades e história dos mecanismos. Vendas on-line estão fora de sua rotina, porque provar o relógio, diz ele, é muito importante.

Uma vez que o valor de alguns dos modelos ultrapassa a faixa dos 220 mil francos suíços (cerca de R$ 742 mil), ir a Genebra é fundamental.

*

SERVIÇO LIVRA VIAJANTE DA MALA POR UM DIA

O desejo de todo turista no último dia de viagem é sair para o derradeiro passeio sem ter que carregar bagagens. E, se no dia da partida o viajante estiver em uma cidade diferente da qual ele tomará o voo de volta, tudo fica mais difícil.

Embora as dimensões da Suíça sejam modestas –41 mil quilômetros quadrados, menos do que o Espírito Santo–, o sistema local de transportes oferece um serviço em que as malas são levadas das estações de trem até o aeroporto onde o viajante vai embarcar.

Melhor: até o destino final. Quem estiver em Lucerna no mesmo dia em que voltará ao Brasil via Zurique, por exemplo, pode despachar as bolsas na estação da cidade, tomar o trem até o aeroporto e pegar as bagagens de volta apenas em São Paulo.

Cada mala enviada custa 22 francos suíços (R$ 75), e ainda é possível fazer o check-in do voo na estação de trem. No entanto, apenas uma única companhia aérea, a Swiss, aceita o Express Flight Luggage, como o serviço é chamado.

Assim como em outros países europeus, a Suíça também oferece um passe aceito em todos os tipos de transporte do país, seja trem, ônibus ou teleféricos.

A diferença do Swiss Travel Pass é que ele também dá a acesso a 490 museus, entre eles o contemporâneo Mamco, em Genebra, e o Fotomuseum, em Zurique.

Um passe válido por três dias custa entre 210 a 336 francos suíços (de R$ 709 a R$ 1.134), e menores de 16 anos, com ao menos um dos pais, não pagam.

O jornalista viajou a convite da Switzerland Tourism

*

O que saber sobre a Suíça

  • FUSO HORÁRIO + 5 horas em relação a Brasília (está em horário de verão)
  • MOEDA Franco suíço (1 CHF = R$ 3,38)
  • VISTO Brasileiros estão dispensados (para ficar até 90 dias)

PACOTES

R$ 4.111
Pacote de seis noites em Genebra, sem refeições. Valor por pessoa, com aéreo. No Submarino: 4003-9888; submarinoviagens.com.br

€ 1.337 (R$ 4.874)
Preço por pessoa para sete noites entre Zurique, Berna, Zermatt e Genebra. Com café, sete refeições, traslados e passeios variados. Sem aéreo. Na Venice: (11) 3087-4747; veniceturismo.com.br

€ 1.590 (R$ 5.797)
Preço por pessoa. Inclui café, seis jantares e passeios em Genebra, Lausanne, Zermatt, Interlaken, Lucerna, Zurique e Berna. Sem aéreo. Na RCA: (11) 3017-8700; rcaturismo.com.br

€ 1.708 (R$ 6.227)
Valor por pessoa para dez noites de mochilão, entre Zurique, Lucerna, Interlaken, Berna e Genebra. Sem aéreo, com traslados e café. Na CI: (11) 3677-3678; ci.com.br

R$ 6.900
Pacote de sete noites, por pessoa, entre Genebra, Zermatt, Zurique, Berna e Frankfurt. Com café, sete refeições, traslados e city tours. Sem aéreo. Na Agaxtur: (11) 3067-0900; agaxturviagens.com.br

US$ 2.145 (R$ 6.968)
Sete noites, entre cidades como Zurique, Lucerna e Genebra. Inclui passeios, café e sete refeições. Sem aéreo, por pessoa. Na Sem Fronteiras: (11) 3853-4401; semfronteiras.tur.br

US$ 2.149 (R$ 6.981)
Preço por pessoa para cinco noites entre Zurique, Interlaken, Genebra e Zermatt. Com café, passeios e traslados. Sem aéreo. Na Top Brasil: (11) 5576-6300; topbrasiltur.com.br

R$ 7.576
Valor para duas pessoas para cinco noites em Genebra. Sem refeições ou extras, com aéreo. Na Expedia: 0800-7610765; expedia.com.br

€ 2.149 (R$ 7.834)
Valor por pessoa para cinco noites entre Zurique, Genebra, Zermatt e Interlaken. Sem aéreo, com café, traslados e passeios ao lago de Zurique, ao monte Titlis e a Lausanne. Na Visual: (11) 3235-2000; visualturismo.com.br

€ 2.878 (R$ 10.492)
Pacote de cinco noites entre Zurique, Zermatt, Interlaken e Genebra. Preço por pessoa, com café, um jantar e passeios. Sem aéreo. Na CVC: (11) 3003-9282; cvc.com.br

US$ 3.450 (R$ 11.207)
Seis noites entre Zurique, Interlaken, Genebra e Zermatt. Valor por pessoa, para saída em 23/9. Inclui café, um jantar, passeios e aéreo. Na Flot: (11) 4504-4544; flot.com.br

US$ 3.522 (R$ 11.441)
Valor por pessoa para 12 noites, passando por oito cidades entre Alemanha e Suíça. Com aéreo, café, passeios e traslados. Na Abreu: (11) 2860-1840; abreutur.com.br

€ 4.500 (R$ 16.405)
Por pessoa, nove noites entre Lucerna, Interlaken, Zermatt, St. Moritz, Lugano, Zurique e Montreux. Com café, passeios e traslados. Sem aéreo. Na Tereza Ferrari: (11) 3021-1699; terezaferrariviagens.com.br

US$ 5.486 (R$ 17.820)
Pacote de nove noites, com viagens de trem na primeira classe, passando por cidades como Lucerna, Montreux, Zurique e St. Moritz. Com café, passeios e aéreo. Na New Age: (11) 3138-4888; newage.tur.br


Endereço da página:

Links no texto: