Folha de S. Paulo


Temporada de esqui na América do Sul terá câmbio favorável e promoções

A neve já chegou: só nesta semana, Portillo, uma das principais estações de esqui na América do Sul, espera receber uma camada de pelo menos 1 metro dela.

Faltam, então, os esquiadores –que começam a viajar no próximo dia 10, quando deve se iniciar oficialmente a temporada no continente, com a provável abertura da estação de Valle Nevado, no Chile; as estações argentinas programam a abertura para a partir do dia 17.

As previsões climáticas otimistas são um alento em tempos de tormenta econômica no Brasil. A incerteza no cenário de crise faz com que os operadores no país esperem, na melhor das hipóteses, manter os números de 2015.

Na estratégia das empresas para conseguir esses resultados, há uma boa notícia para os turistas. Sim, estamos falando de promoções.

A CVC, maior agência de viagens do país, tem em Bariloche (Argentina) seu principal mercado de neve: foram 5.000 brasileiros no ano passado. Para manter o ritmo, acordos com fornecedores reduziram os preços dos pacotes em 15% em relação a 2015.

Outra estação argentina, Las Leñas, dá descontos de 40% nas reservas para os hotéis do complexo –bem como para uma segunda passagem em aviões fretados. Voos para o país vizinho são comprados por menos de US$ 200 (R$ 721). Para Valle Nevado, no Chile, brasileiros podem parcelar pacotes em 12 vezes em agências daqui.

"Mesmo em momentos de instabilidade econômica o brasileiro não deixa de viajar –só busca opções com melhor relação custo-benefício", explica Rodrigo Vaz, gerente de produtos da CVC.

Outra estratégia de operadoras como a Interpoint são pacotes mais enxutos. Os tradicionais, de sete noites, têm rivalizado cada vez mais com os roteiros mais curtos, de cinco ou três noites –ainda que hotéis possam não trabalhar com eles no pico da temporada, em meados de julho.

Cuidados na hora de esquiar

Para Bruno Monti, consultor da agência Snowtime, a instabilidade também pode levar esquiadores brasileiros a reforçarem o "jeitinho" de fechar a viagem na última hora, o que deve estender as promoções. Ainda assim, a empresa acredita que haverá queda na venda de pacotes.

DÓLAR? QUE DÓLAR?

Frederico Levy, diretor da Interpoint, lembra outra vantagem para a temporada de esqui de 2016: "A cotação do peso argentino está ainda mais favorável para brasileiros." Em junho de 2015, 1 peso dos vizinhos valia R$ 0,39, em valor corrigido pela inflação; hoje, sai por cerca de R$ 0,25. O peso chileno, por sua vez, variou pouco.

Somam-se a isso os pontos fortes desses velhos conhecidos: acostumadas a receber brasileiros, as estações argentinas e chilenas já possuem infraestrutura adequada às especificidades daqui.

"Como o país representa a maior fatia de turistas nesses destinos, as estações se adaptaram a nossos costumes e cultura", diz Monti, citando fatores como a proximidade geográfica, bons instrutores e facilidades com o idioma.

Ao lado de Bariloche (Argentina) e Valle Nevado (Chile), as agências apostam neste ano também em Corralco, pequena estação chilena aberta em 2013, mais reservada e tranquila.

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