As águas da Baía da Traição, no norte da Paraíba, serviram de refúgio para os holandeses que, em 1625, haviam sido expulsos de Salvador pelos portugueses. Eles partiram dali com a promessa de voltar ao país e levando consigo o índio potiguara Pedro Poti, que acabou se aliando a eles em batalhas.
Passaram-se quase 400 anos e hoje um roteiro turístico quer resgatar a história da Baía da Traição e de outros locais que foram palco de conflitos entre portugueses, holandeses e indígenas.
A Trilha dos Potiguaras é resultado de um trabalho de levantamento do governo da Paraíba que elencou pousadas, restaurantes, praias, pontos históricos e aldeias indígenas nos 66 km de litoral do norte paraibano.
"Os potiguaras são um dos únicos povos do mundo que se confrontaram com o invasor e permaneceram no mesmo lugar", afirma o secretário-executivo de Turismo da Paraíba, Ivan Burity.
"Nossa estratégia foi levantar essas 30 comunidades ao longo da costa e entrelaçá-las com atrativos turísticos e culturais, além de locais para se hospedar e comer."
Assim, rodovias foram restauradas e pavimentadas para conectar os diversos pontos da trilha.
A ideia do projeto é desenvolver a região, formada em grande parte por áreas de preservação ambiental e que abriga mais de 20 mil índios, por meio do ecoturismo.
Estão sendo realizados cursos de capacitação para formar guias e também ensinar membros de aldeias e comunidades locais a vender seus artesanatos na internet, por exemplo.
No site do projeto (trilhasdospotiguaras.com.br), o viajante encontra um mapa com detalhes sobre os pontos turísticos, informações sobre o território dos potiguaras e um pouco da história da região.
Para Burity, o levantamento pode ajudar turistas a visitar uma "comunidade que era difícil de conhecer."