Folha de S. Paulo


Com boa comida, cidade de Puebla é 'resumo' do México

Reuters
Coberto de neve, o vulcão Popocatepetl emoldura a igreja de Los Remedios, no vale de Puebla
Coberto de neve, o vulcão Popocatepetl emoldura a igreja de Los Remedios, no vale de Puebla

Encravado no coração do México, a duas horas da capital, o Estado de Puebla é um destino em geral negligenciado por quem visita o país à procura dos resorts luxuosos de Cancún ou das conservadas ruínas de Chichén Itzá.

Embora suas atrações sejam menos vistosas que os cartões-postais mexicanos, a região é um microcosmos do país: abriga sítios arqueológicos, cidades coloniais, comunidades nativas e um rico cardápio gastronômico.

Quinta maior cidade mexicana, Puebla é a capital do Estado de mesmo nome, uma metrópole que se ergueu em torno de um centro histórico datado do século 16.

A origem espanhola está escancarada na arborizada praça central, dominada pela mais alta catedral do país (com torres de 70 metros de altura) e nas construções coloniais que a rodeiam. Uma delas é a biblioteca Palafoxiana: fundada em 1646 por um bispo espanhol, guarda 45 mil livros, de obras de línguas mortas a tomos do século 15.

Seis quadras a leste da praça central de Puebla fica um dos melhores lugares para degustar algumas das comidas típicas da região: a "calle de los dulces" (rua dos doces, em português). Na calçada, vendedores oferecem à prova "manzana con chile" (doce de maçã com pimenta) e os típicos "camotes", à base de batata-doce.

Para quem tem paladar mais aventureiro, provar o "mole poblano", comum nos restaurantes, é obrigatório: essa espécie de frango ensopado é servida num inusitado molho que leva a mescla de pimenta e chocolate.

PASSADO EVIDENTE

Encostada na cidade de Puebla, ao sopé do vulcão Popocatépetl, está a zona arqueológica de Cholula.

A vizinhança das duas localidades reflete a dualidade histórica do México: Puebla foi fundada pelos espanhóis, o que fica evidente nas 70 igrejas erguidas em seu centro histórico. Já Cholula foi um povoado sagrado para os nativos e ainda guarda a maior base de pirâmide de que se tem notícia no mundo (com 400 metros de lado).

Construída ao longo de um milênio, segundo as estimativas, por povos pré-hispânicos, ela foi encoberta por heras ao longo dos anos e ganhou em seu topo uma igreja erguida pelos colonizadores espanhóis. De longe, mais parece uma colina gramada.

Nos dias sem nuvens, de céu aberto, é possível ainda ver o topo nevado do vulcão ativo Popocatépetl.

O jornalista viajou a convite do governo do Estado de Puebla e da Copa Airlines


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