Folha de S. Paulo


Pelo prazer da aventura, casados também fazem turismo solitário

O estereótipo do viajante solo como um jovem mochileiro já ficou para trás. Divorciados, viúvos e até casados engrossam as estatísticas do "solo traveling".

O curitibano Paulo Costa, 38, e a mulher, Vanessa, 39, adotam essa estratégia.

"Nas férias, viajamos em família, mas separamos uma semana para passearmos separados, em lugares diferentes que escolhemos", conta ele.

A paulistana Maria Luiza Esper, 63, também "abandona" o marido de vez em quando. "Comecei a viajar sozinha aos 50 anos, porque meu marido, devido ao trabalho, não podia me acompanhar", diz.

Em 13 anos de viagens sozinha, ela aprendeu a dar valor ao hábito de se perguntar "o que EU quero fazer hoje?" e a lidar com as dificuldades desse tipo de turismo.

"Se sinto um sinal de perigo na presença de alguém, finjo que estou ao telefone ou esperando um conhecido", conta a carioca Mayara Amaral, 28, que já foi sozinha à Europa, aos EUA e à África.

A solidão, por incrível que pareça, não é queixa tão recorrente de quem já se acostumou a viajar sozinho.

"Na minha primeira vez, temi a solidão, mas no primeiro dia de viagem um guia local me apresentou a outros viajantes desacompanhados e formamos um grupo animado", conta a publicitária Rogéria Vianna, 41, de Santos.

"Não tenho problema em ir a restaurantes sozinha; acho divertido observar as pessoas", afirma a paulistana Marcie Pellicano, 58.


Endereço da página:

Links no texto: