Em vez de se hospedar em um hotel, muitos viajantes já preferem ficar em um quarto ou uma casa por alguns dias. E alugar um barco a vela, com suítes e cozinha?
É o que propõem empresas e uma associação que tentam popularizar no Brasil o chamado charter náutico –na prática, a locação, por períodos curtos e para turismo, de pequenas embarcações.
"Na Europa é relativamente comum as pessoas viajarem para isso. Aqui a atividade ainda está nascendo, mas há um potencial enorme", diz Volnys Bernal, presidente da ABVC (Associação Brasileira de Velejadores de Cruzeiro).
Quase 150 filiados à entidade realizam desde o último sábado (18) um cruzeiro (o equivalente a uma regata não competitiva) na Croácia –país que é um dos grandes polos desse tipo de turismo, ao lado das ilhas caribenhas.
O objetivo da ABVC é, além de passear pelas ilhas no mar Mediterrâneo, divulgar na Europa que o charter náutico pode ser realizado no Brasil.
Regiões como Paraty e Angra dos Reis (RJ), a baía de Todos os Santos (BA) e o litoral norte de Pernambuco são citadas como as melhores para esse mercado –além de represas e lagos no interior.
Elas reúnem condições como bons ventos, águas abrigadas e de temperaturas amenas, além de estrutura já existente (ainda que em escala menor que a ideal) de marinas. O país também sofre menos com questões climáticas como o frio europeu e os furacões típicos do Caribe.
| Fernando Sheldon/Divulgação | ||
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| Detalhe de barco da excursão brasileira que partiu no sábado |
Agora, a ABVC e empresas que locam barcos querem incluir a modalidade nos programas de desenvolvimento do turismo náutico tocados pelo Ministério do Turismo.
O órgão coordena, desde 2008, um grupo de trabalho, que conta com 30 instituições, para fortalecer a atividade.
Os envolvidos com o charter náutico sabem, no entanto, que, para torná-lo mais popular, será preciso derrubar alguns mitos –entre eles o de que a atividade, de nicho, tem custos proibitivos.
"É possível alugar veleiros para dez passageiros com diária de R$ 120 por pessoa em baixa temporada", diz Walter Garcia, representante da Dream Yacht Charter no Brasil. Mas quem não veleja precisa contratar um capitão, que pode cobrar até ¬ 1.500 (R$ 5.200) por semana.