Folha de S. Paulo


Folha viaja à Holanda e segue os passos do pintor Rembrandt

Uma cidade portuária em pleno crescimento econômico, com mercados e canais sendo construídos a todo vapor. Nas margens, casas de ricos comerciantes. A população era então de cerca de 150 mil habitantes.

Assim era a Amsterdã de 1639, quando Rembrandt decidiu trocar sua cidade natal, Leida, pelo novo centro comercial dos Países Baixos.

Hoje, 376 anos depois, a capital holandesa é cheia de hotéis, bares, restaurantes e coffee shops. Possui cerca de 40 museus –São Paulo, sete vezes maior, possui 157.

Creativenature.nl/Fotolia
Centro de Amsterdã
Centro de Amsterdã

No total, são 120 canais, tombados como patrimônio cultural pela Unesco, e 822 mil habitantes (mais 9 milhões de turistas por ano) a circular pelas ruelas de seu centro.

Mas ainda estão lá muitas lembranças da época da Idade de Ouro dos Países Baixos, entre 1584 e 1702, cujo maior expoente nas artes foi o pintor holandês.

Passeando pela cidade, uma casa na Jodenbreestraat ("straat" lembra "street", que é... rua) chama a atenção com suas portas e janelas verdes. É a entrada da Rembrandt Huis, ou Casa de Rembrandt. Foi naquele imóvel de quatro pisos que ele morou e trabalhou de 1639 a 1658.

O visitante fica sabendo que o pintor gostava de tirar uma soneca durante o trabalho: em uma das salas em que trabalhava, há uma inusitada cama, dentro de um armário de madeira entalhada.

Ao observar as paredes cheias de pinturas que Rembrandt comprava, é possível descobrir por que o mestre declarou bancarrota, em 1658 –quando se tratava de arte, ele gastava sem limite, inclusive recomprava obras suas.

A casa foi adquirida pouco antes de ele começar a pintar o óleo "A Ronda Noturna" (1640-1642), que pode ser visto no Rijksmuseum, principal museu holandês, reaberto no ano passado depois de dez anos em reforma.

E o Rijks, como os holandeses chamam a instituição (pronuncia-se Réaix), inaugurou na semana passada a maior exposição do período final de produção do mestre holandês, entre 1651 e 1669, ano em que ele morreu.

Divulgação
 O
O "Autorretrato com Dois Círculos" (1665-1669), é um dos sete autorretratos da da mostra

A mostra "Late Rembrandt" já passou pela National Gallery, de Londres, mas, na terra natal do pintor, ganhou outras quatro obras. Para quem quer ir a Amsterdã, é mais um motivo. Fica em cartaz até 17 de maio.

Para a comemoração da mostra, o museu criou passeios a pé e de barco inspirados na vida do pintor.

*

80 obras, entre pinturas e desenhos, estão na mostra "Late Rembrandt"; os trabalhos foram divididos em dez temas ligados à vida do pintor (1606-1669), como Obsessões e Técnica Experimental

Divulgação

O óleo conhecido como "Claudius Civilis" (1661-1662), exposto na mostra, é o que restou do original (foto acima); após ter o trabalho rejeitado, o pintor teria cortado a tela em um acesso de fúria

*

Casa de Rembrandt
ONDE Jodenbreestraat, 4
Quanto € 12,50 (R$ 40)
Mais rembrandthuis.nl

"Late Rembrandt"
Onde Rijksmuseum, na Museumstraat, 1
Quanto € 25 (R$ 81)
Mais rijksmuseum.nl

A jornalista viajou a convite da Holland Alliance, que reúne empresas holandesas


Endereço da página:

Links no texto: