Folha de S. Paulo


Pioneira, praia do Pinho, em Balneário Camboriú (SC), tem boa infraestrutura

A história do naturismo no país passa pela praia do Pinho, em Balneário Camboriú, a 85 km de Florianópolis: foi ali que a primeira associação do tipo foi fundada, em 1986.

Talvez por isso a praia tenha uma estrutura profissional: estacionamento, restaurante, banheiros, salva-vidas e até uma pousada (diárias a R$ 270 para o casal, sem refeições; a nudez é liberada); só falta uma boa ducha.

O melhor jeito de chegar é de carro, a partir da rodovia Interpraias –cobra-se uma taxa de R$ 20 pelo acesso.

Mas, nessas áreas comuns, ainda que muitos circulem ao natural, ficar nu é opcional; tirar a roupa para valer só é obrigatório mesmo na areia.

Daí é possível se ver submetido aos olhares curiosos de gente que vem ao lugar não exatamente para tomar banhos de sol ou mergulhar no mar de águas agitadas.

Segundo um integrante da administração da praia, funcionários do restaurante e um grupo de apoio zelam para que nenhum ato que escape à ética naturista aconteça.

A reportagem de fato viu um grupo de três rapazes ser convidado a sair da faixa de areia depois de não se despir.

Mas também flagrou, no final da tarde, em diferentes grupos nas pedras, homens empunhando celulares para fotografar a orla –e, provavelmente, seus frequentadores.

A praia é uma das poucas que ainda separa uma faixa da areia para casais –medida vista com restrições por parte da comunidade. Solteiros só podem circular no lado esquerdo ou em uma prainha contígua à principal.

Acessado por uma trilha (gratuita) que também parte da Interpraias, esse trecho tem nudez opcional –e certo clima incômodo de algazarra.

Mas o clima na praia principal é amistoso. Banhistas parecem ir com frequência –foi corriqueiro ver grupos se cumprimentando.

PERFIL misto
Acesso é fácil? sim
Nudismo é obrigatório? sim
Homem pode ir sozinho? sim
Praia tem infraestrutura? sim

TORCI PARA NÃO ENCONTRAR CONHECIDOS
Por Gustavo Simon

"Da primeira vez que fui a uma praia de nudismo, também a trabalho, dei a sorte de ser um banhista solitário –e vivi apenas a boa liberdade de nadar pelado. Agora, em praias lotadas, vi que só há motivo para nervosismo –se é que há– na hora de baixar a sunga. Depois, em meio a estranhos, todos pelados, é fácil relevar a nudez. Mas, no fundo, confesso: torci para não dar de cara com conhecidos."


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