O fotógrafo Érico Hiller viajou à Africa para realizar um projeto que tinha vontade há muito tempo: registrar os rinocerontes ameaçados de extinção.
Hiller foi a quatro países, Zimbabue, Moçambique, África do Sul e Quênia, e viu de perto a matança dos animais pelos seus chifres.
Os chifres do animal são contrabandeados ilegalmente para países da Ásia, onde são popularmente consumidos devido suas supostas propriedades medicinais.
"Dizem que o chifre cura febre, convulsão, até câncer", contou o fotógrafo, "mas nada é comprovado cientificamente". Mesmo assim, o chifre é o produto ilegal mais caro da atualidade, o quilo chega a custar 60 mil dólares (aproximadamente R$ 155 mil).
Os caçadores "entram nos parques dispostos a matar ou morrer" e, quando encontram os poucos guardas florestais, "há troca de tiros", disse Hiller. Segundo ele, a caça furtiva aumentou 1.000% desde 2008, sendo a África do Sul, onde a prática é mais intensiva, o "olho do furacão" já que é o país com mais reservas e maior população de rinocerontes no mundo.
"Entendo que contar essa história é tentar compreender a insensatez humana. A história da nossa insensatez está em acabar com a existência desse animal de 60 milhões de anos", disse Hiller.
Apesar do "esplendor" de clicar lugares tão bonitos, o fotógrafo destaca a solenidade da situação. "Provavelmente foi a coisa mais fascinante que eu já fiz na minha vida. A presença do rinoceronte tem algo de divino e ver toda a força desse animal e saber que eles podem acabar por nossa causa, é muito perturbador, é muito angustiante".
O resultado do projeto está na mostra "A Jornada do Rinoceronte" que será inaugurada nesta sexta-feira (12) em São Paulo. O objetivo da exposição, contou Hiller, é "trazer um pouco de luz e reflexão" para o problema. "Tentei passar para o meu público a angústia que senti".
A JORNADA DO RINOCERONTE
Onde Praça Victor Civita - R. Sumidouro, 580 - Pinheiros
Quando de 12 de dezembro a 01 de fevereiro, diariamente das 8h às 18h
Entrada gratuita
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