Folha de S. Paulo


Companhias aéreas limitam upgrade de classe a cliente 'top'

Paul Dougherty voa mais de 100 mil milhas por ano com a United Airlines, o que o enquadra como um dos mais frequentes usuários do programa de fidelidade da empresa. Isso dá a ele o direito de embarcar antes e de não pagar pelo excesso de bagagem.

O que seu status de membro especial não tem permitido nos últimos tempos, no entanto, é a regalia favorita dos passageiros frequentes: um upgrade para a primeira classe ou para a executiva. A United, agora, primeiro tenta vender o tal upgrade.

"A regalia deveria ser cortesia", diz Dougherty, advogado de Santa Monica (Califórnia) que já voou cerca de 2 milhões de milhas com a United. "Era comum. Agora é um desafio", completa.

Jonathan Alcorn/The New York Times
Paul Dougherty, an Los Angeles attorney and a frequent flier with United Airlines, at the United terminal in Los Angeles International Airport in Los Angeles, Sept. 11, 2014. While free upgrades to the front of the plane were once a common perk for frequent fliers, such giveaways now are largely limited to the ultra-elite. (Jonathan Alcorn/The New York Times) ORG XMIT: XNYT49 ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
O advogado Paul Dougherty no aeroporto de Los Angeles

Com aviões voando próximos da capacidade máxima e com um aumento cada vez maior das taxas das companhias aéreas, as empresas preferem deixar poltronas vazias e, assim, ter mais lucros -já que um passageiro na primeira classe custa mais caro. Cortesias como a primeira classe não são mais distribuídas, ficando reservadas, apenas, à "ultraelite".

"Companhias aéreas estão identificando seus consumidores 'top' e reservando as cortesias a eles", diz Brian Kelly, autor do blog The Points Guy, que acompanha programas de fidelidade na indústria do turismo.

Enquanto empresas como a United oferecem upgrades por um preço fixo –ainda abaixo do custo de um bilhete de primeira classe– outras, como a American Airlines, colocam os assentos não vendidos nas classes mais altas em ofertas on-line.

A ideia, segundo analistas, é obter mais receita de cada viagem fazendo o passageiro que já comprou um bilhete gastar mais com o assento.

Não demorou para que passageiros mostrassem descontentamento. Em março, a Delta anunciou que não ofereceria mais upgrades em algumas de suas rotas. Só membros que voam ao menos 125 mil milhas por ano poderiam conseguir a mudança.

Como os assentos dianteiros vazios são visíveis do fundo do avião, os passageiros da classe econômica começaram a se queixar por não poderem ser transferidos. Com isso, a empresa está revendo sua política e já afrouxou algumas restrições aos mimos.


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