Folha de S. Paulo


Feira sinalizou que Chicago virara a segunda maior cidade dos EUA

Para celebrar os 400 anos da chegada de Colombo à América, em 1492, Chicago organizou uma feira mundial, a "World's Columbian Exposition" que, grandiosa ao extremo, abriu as portas com atraso, em 1893, recebendo, entre 1º de maio de 1893 e 30 de outrubro, do mesmo ano cerca de 27,3 milhões de visitantes.

É bom lembrar que, em 1890, Chicago já havia se tornado a segunda mais populosa cidade dos Estados Unidos.

Os pavilhões, que eram mais de 200, armados numa área de 2,4 km², foram desmontados depois do evento, com exceção para o prédio central, que reconstruído em alvenaria, se transformou no Museu de Ciência e Indústria que, nos arredores da metrópole, é visita que atrai adultos e crianças.

Herdeiro da tradição iniciada pela feira mundial, o museu não se atém às realizações tecnológicas dos séculos 20 e 21.

Ele guarda algumas das máquinas originais que fizeram dos Estados Unidos o país mais poderoso do mundo, da primeira locomotiva que ligou o território norte-americano de costa-a-costa até o módulo de comando da Appolo 8, espaçonave tripulada que, em 1968, deu pioneiramente uma volta na Lua.

Há um pouco de tudo: aviões de verdade, exposições sobre as principais empresas norte-americanas, máquinas em ação e até robôs em atrações que, na maior parte das vezes, são interativas.

Foram necessários 11 anos para que o prédio do palácio remanescente da "Wolrd's Columbian Exposition", originalmente de massa, fosse refeito e abrisse suas portas em 1933.

Especialista no evento de 1893, a pesquisadora Diane Dillon, diretora da biblioteca Newberry de Chicago, conta que, como o local, então pantanoso, era afastado da área central cidade à época do evento, muitos dos visitantes iam até o local de barco, singrando as águas do lago Michigan.

Hotéis surgiram na proximidades e, entre as extravagâncias desse evento que sinalizou para o mundo que Chicago virara um grande metrópole, foram construídas réplicas das caravelas Santa Maria Pinta e Nina usadas por Colombo para chegar à América em 1492.

Havia pavilhões sobre países, incluindo um do Brasil, um jardim japonês e a recriação de uma rua do Cairo, no Egito.

E também foram edificadas estruturas para mostrar as maravilhas da energia elétrica, os progressos da agricultura etc.

O grande arquiteto Louis Sullivan, assistido por Frank Lloyd Wright ainda jovem, foi responsável pelo projeto do pavilhão sobre os transportes. E é possível que Daniel Burham, criador do plano diretor de Chicago (1909), tenha tido a ideia de fazer da metrópole planejada ao visitar a feira mundial

Na inauguração, uma imensa roda-gigante com capacidade para 60 pessoas e altura equivalente a de um prédio de 26 andares assombrou os visitantes. E ainda hoje, o acervo do Museu de Ciência e Indústria, legado desse evento, impressiona ao explorar os progressos do passado e antecipar tecnologias avançadas que serão populares no futuro.


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