Folha de S. Paulo


Cachoeiras na zona oeste do Rio de Janeiro salvam turista do calor intenso

Turistas em visita ao Rio de Janeiro têm sofrido -mais que o normal– com as altas temperaturas na cidade neste verão. Para fugir das praias superlotadas, faça como os cariocas, que têm encontrado nas cachoeiras do parque da Pedra Branca (zona oeste) uma forma de escapar do calor e das multidões.

Mesmo sendo pouco conhecidas, as cachoeiras tiveram seu movimento quase triplicado em um ano.

Levantamento feito pelo Inea (Instituto Estadual do Ambiente) mostra que só na primeira quinzena deste ano, pelo menos 9.600 visitantes passaram pelo parque, a maior floresta urbana do país. No mesmo período de 2013, foram 3.525.

Pouco conhecida até mesmo por cariocas, a localidade de Piraquara, em Realengo, é a mais visitada, recebendo até 1.500 pessoas num domingo.

Lá, cinco piscinas naturais se formam a partir de pequenas quedas d' água de nascentes no alto do morro. As trilhas para chegar a elas são curtas –de 15 a 20 minutos de caminhada.

Moradora da Vila Vintém, Janaína da Silva Brito, 27, visitou a região pela primeira vez há duas semanas e ficou surpresa com a quantidade de pessoas no lugar.

"Achei pequeno, sem estrutura para receber tanta gente", reclamou, mesmo encantada com a natureza tão próxima de casa."

Segundo Alexandre Pedroso, chefe do parque, há planos para iniciar obras de expansão das piscinas do Piraquara ainda este ano. "É a única opção de lazer da região. Vamos aumentar as piscinas", disse.

Do outro lado do parque, na cachoeira de Camorim, a médica carioca Paula Villela, 28, buscava tranquilidade. Ela relaxava em cima de uma das enormes pedras que formam uma pequena piscina natural no meio da mata.

"Buscava um lugar assim, pitoresco, bucólico. É o lado mais tranquilo da cidade nessa época", disse a médica, moradora do Recreio dos Bandeirantes, bairro vizinho.

Com ela estava seu namorado, o belga Salim Guessoum, 38, que ficou deslumbrado com a cachoeira. "Incrível", repetia.

Para chegar à cachoeira do Camorim, região de Jacarepaguá, perto de onde fica o Projac (central de estúdios da TV Globo no Rio), é preciso percorrer uma trilha de fácil acesso, sem subidas íngremes, por cerca de uma hora.

Mais quinze minutos de caminhada e se chega a uma represa que abastece a região. Apesar de o banho ser proibido ali, visitantes costumam mergulhar no lago.

Perto dali, na Taquara, há outra cachoeira movimentada, o Poço da Mãe D'água.

O parque da Pedra Branca tem 24 guardas, que tornam o espaço mais seguro. Mesmo assim, é recomendado fazer trilhas em grupo.

Segundo a coordenadora do Projeto de Uso Público do Inea e do Instituto Terra de Preservação Ambiental, Emilena Marques, o aumento de visitantes no parque se deve a busca por alternativas para se refrescar no verão.

"Com o calor intenso, as pessoas querem áreas sombreadas e água gelada de cachoeira. A temperatura no parque é mais amena e assim que o visitante chega já percebe a diferença", diz.

SURPRESA
"Moradores" dos parques cariocas, preguiças, macacos e gatos do mato também se refrescam nas cachoeiras.

No parque do Mendanha, em Campo Grande, zona oeste, é comum avistar animais nadando nas piscinas naturais formadas pelas quedas d'água.

"Eles procuram as cachoeiras menos visitadas, perigosas para as pessoas porque têm declive muito acentuado. Mergulham, se refrescam e aproveitam para caçar já que o lugar é frequentado por várias espécies de animais", diz o geógrafo Carlos Dário de Castro Moreira, chefe do parque.

O Mendanha é o mais novo parque do Rio. Lá, o maior atrativo é a trilha de uma hora e meia para chegar às cachoeiras. Assim como qualquer caminhada em meio à mata, é sempre recomendável seguir em grupo.

ATRAÇÕES

Alto do Camorim
Onde Curicica, em Jacarepaguá (próximo ao Projac)
O quê uma piscina natural se forma com a água do açude que abastece a região; a cachoeira conhecida como Véu da Noiva também atrai usuários
Trilha dura pouco mais de uma hora

Pau da Fome
Onde Acesso no final da estrada do Rio Grande, na Taquara, em Jacarepaguá
O quê conhecido como Poço da Mãe D'Água, o lago atrai principalmente jovens aventureiros que gostam de arriscar saltos de pedras altas; famílias fazem piqueniques no local
Trilha dura 15 minutos da entrada do parque

Piraquara
Onde Realengo (zona oeste)
O quê próximo à praça do Canhão (área militar), o lugar tem pelo menos quatro lagos de nascentes locais, todos liberados para banho pelo órgão que administra o parque

Parque do Medanha
Onde no limite das cidades do Rio, Nova Iguaçu e Mesquita, na Baixada Fluminens
O quê antiga APA (Área de Proteção Ambiental), foi criado em agosto do ano passado e fica aberto 24 horas por dia

Fonte: Inea

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