Folha de S. Paulo


Nova Zelândia aproveita "O Hobbit 2" para atrair turistas a cenários de filmes

Quando o diretor neozelandês Peter Jackson escolheu seu país natal para filmar a trilogia "O Senhor dos Anéis", baseada no romance de fantasia de J. R. R. Tolkien, a decisão foi certeira: para ele, nenhum outro lugar no mundo reunia uma variedade tão grande de paisagens num território reduzido.

Inspirado numa mítica era pré-histórica com traços da Inglaterra rural, o universo da "Terra-Média" é composto de vales profundos, desfiladeiros, desertos pedregosos, colinas, vulcões, florestas, lagos, cordilheiras, picos nevados, cascatas, geleiras, rios e planícies.

Condado pode ser visitado na ilha Norte da Nova Zelândia
Locações mais impressionantes estão na ilha Sul

Na Nova Zelândia, o diretor encontrou tudo isso numa nação jovem e ainda pouco modificada pelo homem, um território que evocava a Europa medieval, mas sem a evidência acumulada de séculos de habitação e industrialização. Ao mesmo tempo, a equipe aproveitou-se da proximidade com a civilização e de recursos de metrópoles como Auckland e Wellington, sede da companhia de efeitos especiais Weta Digital.

Segundo Jackson já disse em entrevistas, na Nova Zelândia há pontos onde é possível posicionar a câmera e "enxergar 50 km à frente sem postes de luz, casas, estradas, só imensidão. Isso dá ao filme aquela qualidade épica de figuras pequenas numa paisagem imensa". Lá, muitos cenários proporcionavam um ângulo limpo de 360 graus em qualquer direção.

A primeira trilogia foi filmada de outubro de 1999 a dezembro de 2000 em mais de 150 locações, incluindo a região vulcânica do monte Ruapehu, na ilha norte, que fez as vezes da montanha da Perdição, onde Sauron forjou o Anel, e as suaves colinas de Matamata no papel de Condado, terra dos hobbits.

Onze anos depois, em março de 2011, teve início o processo de filmagem da nova trilogia, que durou 266 dias, durante os quais Jackson utilizou localidades como o lago Tekapo (de um azul-turquesa vivo) e o gélido monte Cook, o mais alto do país.

No próximo dia 13, estreia nos cinemas o segundo filme da nova série. Em "O Hobbit 2: A desolação de Smaug", Bilbo Bolseiro retoma sua aventura com um grupo de anões em busca do tesouro roubado por um dragão.

Mais uma vez, a Nova Zelândia faz questão de explorar o potencial turístico dos filmes tolkenianos. Em 2001, antes mesmo do estrondoso sucesso de bilheteria e das estatuetas do Oscar que estavam por vir, o governo fundou um Ministério do Senhor dos Anéis, com a atribuição de auferir vantagens econômicas a partir da franquia. Na mesma época, um dos principais jornais de Wellington mudou temporariamente o nome para "Middle Earth Evening Post".

Em 2004, 6% dos turistas citaram os filmes como um dos principais motivos da visita ao país.

Ano passado, pouco antes da estreia do primeiro capítulo da nova trilogia, o Departamento de Turismo lançou a campanha "100% Nova Zelândia, 100% Terra Média". Já a companhia aérea Air New Zealand produziu um vídeo temático de procedimentos de emergência com magos e trolls apertando os cintos.

Hoje incontáveis empresas oferecem tours temáticos para fãs da obra, que vão de passeios tradicionais liderados por guias vestidos de orcs a experiências de aventura, passeios de caiaque, de bicicleta e de helicóptero.

PACOTES
sem aéreo

R$ 5.438
Passeio "Middle-Earth Discovered": sete noites, passando por Rotorua, Wellington e Queenstown, Milford Sound. O tour termina em Christchurch. Na Thrifty Tours; thriftytours.co.nz

R$ 5.666
A excursão "Land of the Rings Tour" tem oito noites (Rotorua, Christchurch, Queenstown e Te Anau. Na Thrifty Tours; thriftytours.co.nz

R$ 10.166
Nove noites com a excursão "Hobbit Road Trip". Inclui tour guiado por atores que interpretaram os anões da comitiva de "O Hobbit". Inclui 19 refeições. Na Odyssey Traveller; odysseytraveller.com

R$ 12.565
Pacote de 14 noites, com acesso a propriedades particulares usadas nas filmagens. Há também uma opção de dez noites, por R$ 9.920. Na Red Carpet Tours; redcarpet-tours.com

(preços por pessoa, em quarto duplo; a conversão de dólares neozelandeses para reais foi feita no dia 2 de dezembro)

A colunista viajou a convite da Tourism New Zealand


Endereço da página:

Links no texto: