Folha de S. Paulo


Odiada na Argentina, Thatcher é querida na região

A ex-premiê britânica, Margaret Thatcher, morta na semana passada, é uma heroína nas Malvinas.

Passeios mostram que Malvinas estão além da imagem da guerra
Capital e arredores expõem as lembranças do combate

Os habitantes das ilhas a consideram uma libertadora por ter enviado as tropas para enfrentar os argentinos, quando esses invadiram o arquipélago, no ano de 1982.

A Guerra das Malvinas, que durou de 2 de abril a 14 junho, custou a vida de mais de 900 soldados.

Cada vez mais surgem evidências de que a atitude de Thatcher foi determinante para o rumo da guerra. Documentos revelados recentemente em Londres mostram que, na época, o governo britânico considerou outras opções para pôr fim à disputa com a Argentina.

Entre elas, estava a de devolver diretamente o arquipélago, alugá-lo ou manter uma soberania compartilhada. Partiu de Thatcher a ideia de uma resposta mais dura. Assim como foi a então premiê quem decidiu que o navio Belgrano, com mais de 300 soldados argentinos a bordo, fosse afundado.

Por conta disso, enquanto Thatcher é odiada na Argentina -a presidente Cristina Kirchner nem foi convidada para o funeral da britânica-, nas Malvinas é lembrada com muita reverência.

PORT MARGARET?
Os habitantes comemoram tanto o dia 10 de janeiro (Thatcher Day), que lembra o dia de sua visita às ilhas em 1983, como o 14 de junho, a festa da libertação nacional.

Logo após a sua morte, o governo local anunciou que estudará a proposta de mudar o nome da capital, Port Stanley, para Port Margaret. Já existe, aliás, na cidade uma rua em sua homenagem, a Thatcher Road.

Em muitas casas, as pessoas têm uma foto da rainha e uma foto de Thatcher, com as cores do Reino Unido. (SYLVIA COLOMBO)


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