Folha de S. Paulo


Nutricosméticos prometem ajudar a envelhecer com beleza; conheça efeitos

Uma série de novos suplementos alimentares promete ajudar a combater os sinais de envelhecimento. São os chamados nutricosméticos, que promovem a beleza "de dentro para fora".

Comercializados na forma de cápsulas gelatinosas, misturas para sucos e sopas ou até chocolate, esses produtos combinam vitaminas, minerais e outras substâncias, como colágeno e isoflavona.

De fato, uma boa alimentação contribui para uma pele saudável, cabelo e unhas fortes. A carência de aminoácidos sulfurados —presentes em folhas verdes escuras, como repolho e brócolis— contribui para o enfraquecimento e a queda de cabelos.

A baixa ingestão de alimentos ricos em vitamina C diminui a formação de colágeno na pele, proteína essencial para a manutenção de sua firmeza e viço. Depois dos 20 anos, a produção natural de colágeno cai 1% anualmente por fatores hormonais e ambientais, como sol e poluição.

A ingestão de colágeno, porém, não é consenso entre os médicos. A dermatologista Michele Haikal a considera desnecessária porque o colágeno ingerido não vai necessariamente para a pele.

A maioria das substâncias usadas nos nutricosméticos têm alegada ação antioxidante, isto é, neutralizam os chamados radicais livres, espécies reativas de oxigênio responsáveis por diversos danos ao corpo, incluindo os sinais do envelhecimento.

Num ponto os especialistas concordam: sozinhos, os nutricosméticos não operam milagres. "Os genes expressam suas melhores formas quanto mais saudáveis eles estão. Foi provado que a alimentação e os suplementos influenciam nisso", diz Haikal.

A nutricionista Sheila Mustafa também considera que o sucesso do resultado é um conjunto e que os nutricosméticos chegaram ao mercado para ajudar. Ela destaca que seu uso deve ser aliado a uma boa investigação nutricional para saber quais suplementos serão necessários.

No Brasil, os nutricosméticos são regulamentados pela Anvisa. Seu uso requer orientação especializada, pois o excesso de certos suplementos pode prejudicar fígado e rins, entre outros efeitos colaterais.

Editoria de Arte/Folhapress

DÉBORA ANDRADE e LUCAS CINTRA fizeram o 3º Programa de Treinamento em Jornalismo de Ciência e Saúde da Folha, patrocinado pela Pfizer.


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