O convite para escrever sobre a minha experiência no Programa de Treinamento em Ciência e Saúde, da Folha, exigiu memória.
À primeira vista, o perfil do curso causou, ao mesmo tempo, uma sensação de curiosidade e apreensão. Até então, o meu conhecimento na área de ciência e saúde era mínimo. Não dava nem "para o gasto".
A imersão na área - por um mês - representou uma oportunidade. O melhor do curso é o contato direto com os principais especialistas das duas áreas.
Lembro-me de uma aula marcante com o infectologista Caio Rosenthal. Ele driblou o preconceito que existia em relação ao tratamento da Aids, no auge das infecções, nos anos 80.
Muitos pacientes daquela época ainda estão por aí, graças à obstinação de Rosenthal.
Outros encontros aconteceram. E ao final, o treinamento terminou com um pedido da turma: queríamos aprender um pouco mais com Júlio Abramczyk - o repórter com mais de meio século de trabalhos na Folha.
Julio é médico de formação.
Foi dele um dos "furos" do século passado. Contrariando todas as previsões, Abramczyk afirmou categoricamente que o então presidente Tancredo Neves não teria chance de recuperação.
Ao final, a apuração de Abramczyk se concretizou.
Escrevi demais, eu sei. Ressalto aqui que, apesar de muito específico, vale a pena tentar uma cadeira no curso.
Você terá um mês de experiências e contato com gente de todos os cantos do país.
Continuo na Folha. Já escrevi para as editorias de Saúde, Cotidiano, Mercado...
O trainee foi o primeiro passo!
Boa sorte à nova turma.
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Leia matéria feita por Dhiego Maia e publicada na Folha durante o treinamento: