Folha de S. Paulo


Protagonistas da indústria do turismo, TAM e CVC lideram Top of Mind

Não por acaso, CVC e TAM foram, respectivamente, a agência de viagem e a companhia aérea mais lembradas pelos brasileiros no levantamento estatístico do Datafolha neste ano.

Ambas têm sido protagonistas na construção da indústria do turismo no Brasil desde os anos 1970.

A operadora de viagens CVC começou suas atividades, em 1972, numa loja de 60 m² bem em frente ao único cinema de Santo André (SP) na época, onde o movimento era intenso.

Entre os fundadores e os primeiros gestores da agência, que ocupa o topo do ranking das operadoras de turismo, estavam Carlos Vicente Cerchiari, cujas iniciais batizaram a empresa, Guilherme Paulus, hoje acionista e presidente do Conselho de Administração, e Valter Patriani, atual vice-presidente de Produtos, Marketing e Vendas.

Em dezembro de 2009, quando a CVC já era líder isolada entre as operadoras de viagens no país, o grupo investidor norte-americano Carlyle adquiriu 63,9% da empresa. Quatro anos depois, a CVC se tornou a primeira empresa de viagens brasileira a ter ações cotadas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa).

Seu atual presidente-executivo, Luiz Eduardo Falco, já esteve por trás da criação da Oi, empresa que presidiu por dez anos.

Uma curiosidade: ele também, não por acaso, trabalhou por duas décadas na TAM, onde era carinhosamente chamado de "engenheiro Falco".

Desde que foi criada a categoria agência de viagem, em 2011, a CVC é a vencedora da pesquisa Folha Top of Mind.

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Mesmo mudando de controle acionário e abrindo seu capital na Bolsa, a empresa ainda mantém como cliente seu primeiro passageiro, José de Araújo, 64, que esteve presente na abertura da primeira loja em Santo André, há 42 anos.

"Seu" José foi "descoberto", em 2013, por "seu" Valter, como é chamado internamente o vice-presidente da operadora, que realizava uma de suas habituais visitas a uma loja no Shopping ABC, em Santo André.

"A minha primeira viagem pela CVC foi uma excursão rodoviária para Barra Bonita, no interior, com minha mulher", diz José.

Ele se lembrou dessa história enquanto fechava um pacote, agora, para a capital da Paraíba, João Pessoa.

No ano passado, além do "seu" José, a CVC atendeu a cerca de 3 milhões de passageiros. A operadora tem 850 lojas em 300 municípios e oferece mais de mil destinos nacionais e internacionais.

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Diretoria da CVC com seu cliente mais antigo, na matriz da empresa, em Santo André (SP). Da esquerda para a direita: Valter Patriani, Guilherme Paulus, José de Araújo e Luiz Eduardo Falco
Diretoria da CVC com seu cliente mais antigo, na matriz da empresa, em Santo André (SP). Da esquerda para a direita: Valter Patriani, Guilherme Paulus, José de Araújo e Luiz Eduardo Falco

Neste ano, o número de entrevistados que se lembrou da marca cresceu de 15%, em 2013, para 17%.

Atenta ao mercado sofisticado e às mudanças nos padrões de consumo dos brasileiros, a CVC ganha rotas além das classes populares. A marca é lembrada entre os mais escolarizados (38%); entre os que ganham acima de cinco salários mínimos (36%); entre integrantes das classes A/B (31%) e entre os que têm entre 25 e 34 anos (23%).

Entre as novas opções há pacotes para Orlando e Nova York (EUA), Cancún (México), Madri (Espanha) e até Dubai (Emirados Árabes).

Em 2013, a CVC faturou R$ 4,4 bilhões, oferecendo descontos de até 30% aos clientes que agendam o embarque com antecedência de 30 a 90 dias, segredo dos preços módicos que geram viagens em larga escala.

COMPANHIA AÉREA

Do ano passado para cá, a TAM oscilou de 39% para 36%. Mesmo assim, a companhia área segue líder na categoria (a Gol aparece a seguir com 27%, subindo dois pontos percentuais), segundo o Datafolha.

Entre todas as companhias aéreas, a campeã obtém índices acima da média entre os homens (40%); entre os que têm entre 25 e 34 anos (41%) e entre os mais escolarizados (45%).

Fundada em 1976 pelo comandante Rolim Amaro, a empresa se associou à chilena LAN em 2012.

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Embora mantendo suas identidades visuais, TAM e LAN formam o Grupo Latam Airlines, o maior conglomerado de companhias aéreas da América Latina em malha aérea, oferecendo serviços de transporte de passageiros para cerca de 135 destinos em 22 países.

Juntas, elas têm uma frota total de 338 aviões -há um estudo em andamento para a fusão das marcas LAN e TAM, embora a definição sobre isso deva ocorrer apenas em 2015.

Quem voou TAM até 2001 deve se lembrar do slogan: "Fale com o Presidente". Sim, o comandante Rolim, que esteve à frente da TAM Linhas Aéreas até sua morte em 2001, costumava ir pessoalmente aos embarques para recepcionar os passageiros logo cedo no aeroporto de Congonhas (SP) e ouvir elogios, sugestões e também reclamações.

Atualmente, para gerar negócios e fortalecer a marca, a empresa tem dado atenção às novas mídias e às redes sociais.

O diretor de marketing, Eduardo Costa, atribui a essa visão o destaque da TAM no ambiente competitivo e intenso da aviação durante a Copa do Mundo.

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Na tabela de voos, a companhia mantém uma média de 800 decolagens diárias para os 42 destinos domésticos e os 20 destinos internacionais.

A ponte aérea Rio-São Paulo operada entre os aeroportos de Congonhas e Santos Dumont é a rota com maior oferta de assentos em toda sua malha doméstica e uma das maiores do mundo, oscilando entre 120 mil e 150 mil passageiros/mês.

Desde 31 de março, a TAM faz parte da aliança global de aviação OneWorld.

Para 2015, o Grupo Latam planeja novos voos internacionais, projeto que faz parte de uma estratégia de reforçar a conectividade nas Américas e na Europa.

Toronto (Canadá), Barcelona (Espanha) e Cancún (México), além de uma nova rota Brasília-Orlando (EUA), também estão nos planos de voos da companhia.

Já o trecho Brasília-Miami (EUA) deverá operar em sete frequências semanais a partir do terceiro trimestre do ano que vem.

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