Folha de S. Paulo


Google paga US$ 1,1 bilhão por equipe de 2.000 funcionários de parceira

Beck Diefenbach/Reuters
Rick Osterloh, SVP Hardware at Google, introduces the Pixel Phone by Google during the presentation of new Google hardware in San Francisco, California, U.S. October 4, 2016. REUTERS/Beck Diefenbach TPX IMAGES OF THE DAY ORG XMIT: SFO111
Google apresenta o Pixel Phone, em 2016, celular fabricado em parceria com a HTC

De olho na sua dependência de fabricantes de smartphones como a Samsung, o Google fechou um acordo de US$ 1,1 bilhão com a taiwanesa HTC para garantir a transferência de 2.000 empregados da empresa asiática.

Esses empregados já estavam trabalhando para a gigante da tecnologia no desenvolvimento do Pixel, o primeiro smartphone a ser lançado apenas com a marca Google e a ser projetado pela empresa americana.

A HTC foi contratada como produtora terceirizada do aparelho. A parceria entre as duas empresas no ramo de smartphones tem início em 2008, quando a HTC produziu o primeiro celular equipado com o sistema operacional Google Android.

A aquisição reforçará a capacidade de produção do Google para futuros aparelhos e o tornará menos dependente da fabricante taiwanesa, que vem enfrentando dificuldades, segundo analistas.

"Eles estão comprando um futuro para o Pixel, se você presumir que a HTC não resistirá muito tempo se continuar operando por conta própria", disse Carolina Milanesi, analista da Creative Strategies.

Reforçar suas capacidades de produção de smartphones também poderia oferecer mais proteção contra a pesada dependência do Google quanto à Samsung, que se tornou a principal fornecedora de smartphones de alto preço equipados com o sistema operacional Android.

"Se a Samsung tropeçar, não existe marca dotada de escala capaz de concorrer com a da Apple", disse Geoff Blaber, analista da CCS Insight. O Google, de acordo com o especialista, "precisa tomar o controle do Android no mercado topo de linha".

A dependência com relação à Samsung também deixa o Google exposto caso a fabricante coreana leve adiante a criação de um ecossistema rival de software e serviços.

E há preocupações de investidores com os montantes cada vez maiores que o Google vem tendo de pagar aos fabricantes de aparelhos e outras empresas pelo tráfego encaminhado aos seus serviços publicitários, o que reforça os incentivos para que a empresa busque atingir os consumidores diretamente.

O Google ingressou no setor de fabricação de smartphones com a compra da Motorola Mobility, em 2011. A companhia operou a divisão de celulares da Motorola como unidade separada até que vendeu o negócio à Lenovo por US$ 3 bilhões, em 2015.

A aquisição na época custou US$ 12,5 bilhões, mas o principal alvo do negócio para o Google era o portfólio de patentes da Motorola.

ALÉM DA EQUIPE

Google e HTC também fecharam acordo separado e não exclusivo de licenciamento sobre a propriedade intelectual da empresa taiwanesa, mas os termos do contrato não foram revelados.

"O acordo é um brilhante novo passo em nossa duradoura parceria e permitirá que o Google acelere o desenvolvimento de seus negócios de hardware enquanto assegura inovação continuada em nossas operações HTC de smartphones e VIVE de realidade virtual", disse Cher Wang, cofundadora e presidente do conselho da HTC.


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