Folha de S. Paulo


Google tenta retomar óculos inteligentes no mundo corporativo

Joel Saget - 6.nov.14/AFP
TO GO WITH AFP STORY BY PASCALE MOLLARD-CHENEBENOIT A woman wears Google glass as she visits an exhibition dedicated to the work of French artist Niki de Saint Phalle at the Grand Palais in Paris on November 6, 2014. At the Niki de Saint Phalle exhibition in Paris, visitors can use Google glass to listen to commentary through an earpiece as images are projected on a small virtual screen whilst looking at artworks. AFP PHOTO / JOEL SAGET -- RESTRICTED TO EDITORIAL USE, MANDATORY MENTION OF THE ARTIST UPON PUBLICATION, TO ILLUSTRATE THE EVENT AS SPECIFIED IN THE CAPTION -- ORG XMIT: 4755
Mulher com Google Glass; empresa tenta penetração no mundo corporativo

O Google anunciou nesta terça (18) por meio de um comunicado o plano de fazer com que seu projeto de óculos inteligentes Glass seja expandido no mundo corporativo.

"Nós percebemos inicialmente o potencial do Glass para empresas nos dias de Glass Explorer [programa para desenvolvedores]", escreveu Jay Kothari, diretor de produto do Glass.

O aparelho vestível —tendência que perdeu força nos últimos anos— foi lançado inicialmente em 2013 por US$ 1.500, quando o Google ainda tinha o público em geral, e não o ambiente de trabalho, como seu escopo.

Por causa do tamanho alarde realizado pela companhia em relação aos seus óculos —equipados com câmera, um projetor de imagens e conectividade bluetooth e wi-fi—, eles foram tidos como um grande (e raro) fracasso do Google por analistas e pela imprensa. Por questões de privacidade, ele também chegou a ser proibido em alguns restaurantes e eventos.

Agora, ao mesmo tempo em que ganha crescente popularização a chamada realidade aumentada (sobreposição de elementos virtuais a reais), o Glass passa a ser empregado por empresas como DHL, General Electric e Sutter Health nos segmentos de logística, aviação e saúde, respectivamente.

"Mecânicos da GE Aviation em Cincinnati, Ohio, usam software de uma parceira nossa com instruções em vídeos, animações e imagens [estáticas] diretamente em seu campo de visão para que não tenham que deixar o que estão fazendo para olhar o computador", escreveu Kothari.

Segundo o executivo, o Glass Enterprise Edition, como é intitulada a versão para empresas, ganhou adaptações para poder ser usado em linhas de produção, tais quais lentes resistentes a impacto. A duração da bateria e o conforto de uso do dispositivo —grandes reclamações de usuários— também ganharam melhorias, diz ele.

Segundo uma das companhias que estão usando os óculos em fábricas, eles foram responsáveis por reduzir em 25% o tempo levado por funcionários para um processo específico, de baixo volume e alta complexidade. A alemã DHL, de entregas, afirma que sua cadeia de produção ganha 15% de eficiência quando o Glass é usado.

Há pouca concorrência para o Glass, talvez justamente por causa do alto risco financeiro (e, talvez, de relações públicas) em que podem incidir iniciativas do tipo.

Empresas que têm óculos de realidade aumentada, como a Microsoft e o aparelho HoloLens, apostam no consumidor comum, que usaria os óculos para vídeos e fotos imersivos e games.

NOVIDADES NO GOOGLE

O Google também anunciou nesta terça que fará mudanças na sua homepage para incluir o que a empresa chama de Feed, uma seção com notícias, alertas, informações pessoais, vídeos populares e outras sugestões que o buscador considerar útil especificamente para o usuário.

Esse agregador de "interesses" será implementado nesta quarta-feira (19) no app principal do Google para Android e para iPhone nos EUA

A novidade chega para o Brasil e demais países dentro de duas semanas.

A página principal do Google no computador —que, em essência, não mudou desde que foi lançada, em 1998— receberá as mudanças "em breve", disse a empresa.


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