Folha de S. Paulo


Com cara de Lego, novo celular da LG rouba cena em evento; veja vídeo

Assista a vídeo

O novo topo de linha da LG, o G5, roubou a cena no Mobile World Congress, um dos principais eventos de telefonia celular do mundo, que acontece até amanhã (25) em Barcelona. Em um ano com poucos lançamentos, o aparelho apresentou uma ideia pouco explorada, a de celulares modulares. A Folha passou alguns minutos com o G5 no estande da gigante coreana.

É a primeira vez que o conceito de módulos, peças destacáveis e substituíveis no aparelho, será comercialmente explorado por uma marca conhecida. Antes da LG, o Google flertou com módulos, no quase abandonado Projeto Ara. A ideia pipocou também em alguns projetos no Kickstarter sem atingir sucesso em grande escala.

Os módulos do G5 estão todos relacionados à borda inferior, que é destacada e permite substituição da bateria. É só apertar um botão na lateral esquerda que o módulo se solta. Depois é só puxar a bateria. É tudo um pouco mais duro do que se pode imaginar, mas a sensação é passageira.

Quando você lembra que trocar a bateria do iPhone em São Paulo exige seu envio para assistência técnica oficial, R$ 399 e 10 dias úteis valoriza ainda mais o módulo da LG.

Não é só isso. A LG apresentou módulos que turbinam os recursos do telefone –a ideia é vender as peças separadamente, o que aumenta o potencial de lucros. Dois módulos foram apresentados no MWC.

Josep Lago - 21.fev.2016/AFP
A hostess shows a new LG G5 model of South Korean multinational conglomerate corporation LG during a press conference on the eve of the official start of the Mobile World Congress in Barcelona on February 21, 2016. The world's biggest mobile fair, Mobile World Congress, helds from February 22 to February 25. / AFP / JOSEP LAGO ORG XMIT: JL005
Celular LG G5 tem porção inferior removível, o que facilita substituição da bateria

Um deles é o LG Hi-Fi Plus é um DAC de 32 bits, equipamento que converte som digital em analógico. Viciados em som de alta qualidade dizem que isso melhora bastante a qualidade de áudio. Evidentemente, não testamos esse recurso, pois o nível de ruído do pavilhão estava mais próximo ao da rua 25 de Março no Natal do que ao de um monastério.

O outro módulo, o LG Cam Plus, é para quem curte fotografia. Ele acrescenta botões físicos (botão foto, botão vídeo e zoom) e aumenta a espessura de parte do telefone, para garantir melhor pegada. É extremamente útil para manipular o telefone com apenas uma mão. E também aumenta a agilidade para captar vídeos. O Cam Plus também aumenta o tamanho da bateria.

As câmeras traseiras (isso mesmo, são duas complementares por conta do recurso de zoom digital) são de 16 Mpixels e 8 Mpixels.

Além de flertar com um novo conceito, a LG emprestou de concorrentes ideias de sucesso. Do Moto X, pegou o Active Display –funcionalidade exibe informações na tela sem exigir que o dono precise desbloquea-lá. Ao contrário do rival, que tenta identificar quando você olha para a tela, o G5 fica o tempo todo com o painel ligado. Pode ser útil, mas é preciso ver qual é o impacto na bateria.

Da Apple, levou o design, principalmente a utilização de metal no corpo do aparelho. Aqui, a LG precisa trabalhar mais. O alumínio passa a sensação de plástico –a Samsung enfrentou dificuldade parecida quando adotou o metal.

Outro elemento parecido com o do iPhone é a skin do Android, principalmente nos ícones, chapados, quadrados e ultracoloridos. O menu de configurações, mais complexo por conta dos módulos, tem até abas horizontais, como se fosse um navegador de internet. Puristas do Android podem não gostar.

No resto, nada a reclamar: são 4 Gbytes de memória, suporte a cartão microSD de até 2 Tbytes (além dos 32 Gbytes embarcados), leitor digital, NFC, USB-C e uma excelente tela de 5,3 polegadas com resolução de 2.560 x 1.440 pixels. O processador é o Snapdragon 820, novo topo de linha da Qualcomm.

O jornalista viajou a convite da Qualcomm


Endereço da página:

Links no texto: