Folha de S. Paulo


Internautas podem detestar informação, diz criador de site

Yuri Gonzaga/Folhapress
Phelipe Cruz, do Papel Pop, no youPIX CON
Phelipe Cruz, do Papel Pop, no youPIX CON

Dependendo da plataforma, tudo o que um produtor de conteúdo on-line pode ter de fazer é evitar ser informativo. Esse foi um dos conselhos passados por Phelipe Cruz, ex-editor do site da revista "Capricho" e criador do site Papel Pop, durante uma palestra no evento youPIX CON nesta quarta-feira (23).

"No Snapchat, você não pode querer passar informações, falar como se fosse um repórter, por exemplo", diz Cruz sobre o aplicativo de mensagens, que tem uma seção dedicada a personalidades ou veículos que falam a diversos usuários ao mesmo tempo.

No caso, é melhor apostar em carisma, brincadeiras e experiências pessoais, segundo o jornalista e empresário. Da mesma maneira, em um podcast (programa de rádio pela internet) é bom incluir "zoeira" e expor erros.

"Imperfeição e honestidade [em relação aos erros] são ferramentas para se conectar com a audiência", afirma Cruz, cujo portal de notícias de cultura popular tem 2,6 milhões de visitantes únicos mensais.

Em relação à difusão de conteúdo pelas redes sociais, ele afirma que "muitas vezes, é melhor deixá-las". "Se você não consegue ser relevante, é melhor não estar naquela rede. E só dá para saber isso se você fizer testes, se arriscar."

Durante sua palestra, sobre redes sociais, Cruz deu dicas para aumentar o engajamento da audiência nas plataformas on-line. Uma delas é evitar ser repetitivo, por mais que um assunto seja popular ou polêmico. Mas isso vai do caso: "Quando publicamos sobre 'MasterChef' no Twitter, chegamos a ganhar 10 mil seguidores num dia. Aí demos 'MasterChef' sem parar."

Uma outra regra que ele impõe para a equipe de oito pessoas que tem seu site é nunca fazer publicações do tipo "clickbait", ou "caça-cliques". "A internet é um lugar para a sinceridade total, e o internauta detesta ser enganado."


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