Folha de S. Paulo


Novidades da Apple são bem recebidas, mas ações da empresa caem

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O novos produtos da Apple não impediram a queda das ações

A nova linha de produtos da Apple, apresentada nesta quarta-feira (9), foi bem recebida por analistas de mercado, apesar de as novas ferramentas não apresentarem novidades que saltem aos olhos em um primeiro momento –no mercado financeiro, as ações da companhia tiveram queda hoje.

Entre os aparelhos exibidos estavam as novas versões do iPhone, a linha 6s, que têm visual praticamente igual à anterior, lançada no ano passado.

As maiores novidades do celular foram a câmera de 12 Mpixels –rompendo com a barreira dos 8 Mpixels, que existia dede o modelo 4s, de 2011– e a tecnologia 3D Touch.

Com a nova ferramenta, o iPhone vai entender o quanto de força o usuário está aplicando na tela. Assim, com menos força, vai abrir apenas um pop-up de fotos e e-mail. Com mais intensidade, as mensagens serão mostradas de forma completa.

Como o iPhone foi o responsável pelo lucro da empresa no último ano, já era esperado que o evento deste ano não trouxesse nenhuma revolução para o smartphone (nos últimos três meses de 2014, foram vendidos 74,5 milhões desses produtos), um recorde para a empresa.

A tendência era que a companhia apostasse apenas na mesma fórmula, com algumas novidades pontuais. "A Apple já provou várias vezes que pequenas alterações podem ser bem-sucedidas quando envolvidas na marca e no ecossistema da companhia", disse Geoff Blaber, analista da empresa CCS Insight, ao jornal "Financial Times".

O aparelho chega às lojas americanas em 25 de setembro, a partir de US$ 199 (R$ 730). Ainda não há informações sobre lançamento no Brasil.

REFORMULAÇÕES

As maiores mudanças aconteceram no iPad e na Apple TV.

Para reverter a queda nas vendas do produto nos últimos dois anos, a empresa lançou um tablet de 13 polegadas, com quase o dobro da tela do antecessor. Custando a partir de U$ 799 (cerca de R$ 3.000), o aparelho deve ser destinado principalmente ao uso profissional.

O usuário também poderá integrá-lo com a caneta stylus, o que gerou surpresa, já que Steve Jobs, o icônico cofundador da companhia, abominava o acessório. A empresa lançou, ainda, um teclado físico. A produtividade também deu a tônica do novo aparelho, uma vez que haverá um pacote Office, da Microsoft, para ele.

"Faz sentido para a Apple lançar um novo teclado junto com um iPad com tela maior e com processadores mais rápidos. A mensagem que passa é que a Apple está tentando tornar o iPad um substituto dos computadores", disse Toni Sacconaghi, analista da Sanford C. Bernesein ao jornal "New York Times".

A repaginação da televisão inteligente foi menor, mas ela passou a ser concentrada nos aplicativos, ganhando uma maior integração com a App Store.

Nela, o usuário poderá acessar desde serviços de streaming de conteúdo, como o Netflix, e também games. Para isso, o controle remoto terá uma parte sensível ao toque, contará com a assistente pessoal virtual Siri e pode ser colocado na horizontal para funcionar como joystick para os jogos.

"No geral, é um bom 'upgrade' para a Apple TV, mas não há nada que indique em um primeiro momento se tratar de uma revolução massiva nas televisões", afirmou Nilay Patel, editor do site "The Verge", que testou a nova televisão.

O iPad com tela grande e os novos produtos da empresa, no entanto, não agradaram a todos. A maior prova é que as ações das empresas caíram pouco depois das 14h, horário em que começou o evento, fechando o dia com recuo de 1,9%.

Para Bob O'Donnell, da consultoria TECHnalysis Research, o problema é que a empresa conseguiu apresentar tantas inovações no passado que agora é difícil para ela reproduzir a mesma empolgação.

"Está ficando cada vez mais difícil a Apple competir consigo mesma", disse à agência Reuters.


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