Folha de S. Paulo


Primeiro brasileiro a disputar Mundial do game 'Pokémon' treina 2h por dia

Gustavo Braz/Arquivo Pessoal
Gustavo Braz, 29, se tornou o primeiro brasileiro a participar da principal divisão do Mundial de PokémonCrédito: Gustavo Braz/Arquivo Pessoal
Gustavo Braz, 29, se tornou o primeiro brasileiro a participar da principal divisão do Mundial do game "Pokémon'

Lançado em 1997, o anime "Pokémon" conta a história de Ash Ketchum -e seu fiel parceiro Pikachu- na busca para ser um mestre Pokémon, isto é, se tornar mais o poderoso treinador de todos.

Quem chegou perto do objetivo de Ash, foi Gustavo Braz, 29, que na última semana se tornou o primeiro brasileiro a participar da principal divisão do Pokémon VG World Championship, o Campeonato Mundial do game, que aconteceu em Boston, nos EUA, entre os dias 21 e 23 de agosto.

O jogo "Pokémon" foi lançado um ano antes do desenho, para Gameboy, o videogame portátil da Nintendo, e rapidamente se tornou um sucesso. Hoje, com novos personagens e estratégias, o torneio oficial do game é organizado pela própria empresa Pokémon, controlada pela Nintendo.

No desenho, para participar das competições, Ash precisa viajar com seus amigos e recolher oito insígnias, obtidas ao derrotar outros treinadores poderosos, chamados líderes de ginásio. Braz também percorreu o Brasil -além de ir para Buenos Aires- para disputar campeonatos e somar pontos no ranking do game na América Latina. Bem colocado, ele recebeu o convite para competir no Mundial.

Gustavo Braz/Arquivo Pessoal
Gustavo Braz, 29, se tornou o primeiro brasileiro a participar da principal divisão do Mundial de PokémonCrédito: Gustavo Braz/Arquivo Pessoal
O torneio em Boston reuniu jogadores do mundo todo

O torneio, disputado nas versões "Omega Ruby" e "Alpha Sapphire" do game, distribuiu US$ 400 mil (cerca de R$ 1,4 milhão) em prêmios e colocava os participantes em batalhas usando duas criaturas ao mesmo tempo. Quem derrotasse primeiro quatro monstros do adversário era o vencedor.

Assim como Ash, Braz apostou em um velho conhecido dos fãs para se sair bem: Charizard. O famoso lagarto de fogo ganhou novos poderes nas últimas versões, mas a tática de usá-lo não deu certo.

No primeiro dia de competições, o brasileiro venceu apenas uma das sete partidas que disputou. "Tive erros infantis devido ao nervosismo, pois meus Pokémon erraram muitos golpes. Faltou experiência internacional", afirma o treinador, em entrevista à Folha.

No domingo, mais acostumado com o ambiente do torneio, ganhou quatro das sete batalhas. Porém, não foi o suficiente para chegar à fase final.

Braz mora em São Paulo e começou a jogar "Pokémon" em 2000, embora participe dos torneios há apenas cinco anos. Ele trabalha como designer gráfico, mas dedica ao menos duas horas por dia para treinos. "O jogo exige muita concentração e força de vontade", diz.

SUSTO

No sábado (21), a polícia americana prendeu dois jogadores que queriam entrar com armas no evento. Um deles havia postado uma foto em uma rede social com um rifle, dizendo estar a caminho torneio. A polícia vasculhou o carro e encontrou outra arma, além de munição.

Braz disse que a organização do Mundial não informou o que tinha acontecido. "Não houve nada de anormal no evento. Só soube, quando vi na internet. Aí tivemos noção do que aconteceu. O perigo foi invisível", afirma.

Nos cards, o Brasil tem um desempenho melhor nas arenas de batalha, tendo sido campeão mundial em 2011, com Gustavo Wada.


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