Folha de S. Paulo


Twitter bloqueia sites que publicavam mensagens deletadas de políticos

Justin Sullivan - 29.jul.14/Getty Images/AFP
SAN FRANCISCO, CA - JULY 29: A sign is posted outside of the Twitter headquarters on July 29, 2014 in San Francisco, California. Twitter will report second quarter earnings today after the closing bell. Justin Sullivan/Getty Images/AFP == FOR NEWSPAPERS, INTERNET, TELCOS & TELEVISION USE ONLY ==
O Twitter bloqueou o acesso de sites que faziam o monitoramento do conteúdo publicado por polítivos

O Twitter restringiu na sexta-feira (21) o funcionamento de sites que mostravam mensagens que políticos e diplomatas haviam publicado na rede social e apagado algum tempo depois.

Essas páginas, chamadas de Politwoops, eram mantidas pela OSF (Open State Foundation), fundação holandesa que defende maior transparência entre eleitos e o eleitorado.

Para fiscalizar o que políticos faziam também na internet, a OSF havia criado uma ferramenta que vistoriava automaticamente o conteúdo publicado por eles no Twitter e avisava quando alguma mensagem era deletada. Assim, os posts apagados eram colocados nos Politwoops.

Na sexta-feira, o Twitter informou à OSF que, "após deliberação interna e levando em consideração inúmeros fatores", decidiu bloquear a ferramenta usada pela organização para fazer o monitoramento do conteúdo da rede.

O site continua no ar, mas apenas com um arquivo de tuítes.

Em mensagem à Open State Foundation, o Twitter afirmou que o bloqueio da ferramenta se dá para proteger a privacidade dos usuários, já que não haveria distinção entre políticos e o restante dos tuiteiros.

"Imagine como seria tenso –até mesmo terrível– se as mensagens no Twitter fossem imutáveis e irrevogáveis. Nenhum usuário merece mais essa habilidade que outro. Portanto, deletar um post é uma expressão do discurso do usuário", disse a nota da rede social.

Essa não é a primeira vez que o Twitter impede as ferramentas dos Politwoops. Em maio, a rede já havia negado o acesso ao site que fiscalizava o que políticos americanos publicavam. Agora, essa medida foi estendida também a europeus e diplomatas.

"Mesmo que as publicações sejam deletadas, é parte da história parlamentar. O que políticos dizem em público deveria estar disponível para todo mundo. Essa é a única forma de ver como as mensagens dos eleitos podem mudar sem ninguém perceber", disse Arjan El Fassed, diretor da OSF, em um comunicado no site da entidade.

Os Politwoops já foram bloqueados na Argentina, Austrália, Canadá, Chile, Croácia, Dinamarca, Portugal, Egito, Estônia, França, Grécia, Índia, Irlanda, Itália, Coreia do Sul, Macedônia, Noruega, Bélgica, Reino Unido, Alemanha, Holanda, Suécia, Espanha, Suíça, Tunísia, Turquia e no Vaticano, além do Parlamento Europeu.

Políticos brasileiros não eram monitorados pelos Politwoops.


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