Folha de S. Paulo


Novo serviço de música da Apple mistura Spotify e rede para artistas

A Apple apresentou nesta segunda-feira (8) o Music, um aplicativo de música por assinatura que terá, além de um catálogo para ouvir músicas à la carte (o mesmo modelo de Rdio e Spotify), uma estação de rádio on-line e uma interface para artistas se comunicarem com os fãs por meio de suas páginas pessoais.

O aplicativo será lançado no dia 30 deste mês em cem países, incluindo o Brasil, com versão para computadores Mac e Windows e aparelhos com o iOS, sistema para celulares e tablets da empresa que também teve uma atualização apresentada nesta tarde.

Nos EUA, terá mensalidade de US$ 10 (R$ 31). O preço brasileiro não foi anunciado. Os primeiros três meses serão gratuitos.

Justin Sullivan/Getty Images/AFP
Eddy Cue, vice-presidente da Apple, e o rapper Drake durante apresentação do serviço
Eddy Cue, vice-presidente da Apple, e o rapper Drake durante apresentação do serviço

Um aplicativo para celulares com Android será lançado entre setembro e dezembro, segundo a Apple.

O maior diferencial é a parte chamada Connect, na qual os artistas criarão complexas seções que podem ser seguidas, que podem atualizar como se fosse um perfil do Twitter.

Em exemplos demonstrados pela companhia, que fez a apresentação durante a conferência para programadores WWDC, realizada até a sexta (12) em San Francisco, o artista Chris Cornell (das bandas Audioslave e Soundgarden) publicou uma fotografia que mostrava o rascunho da letra de uma canção futura. O conjunto Alabama Shakes, por sua vez, pôs o vídeo de um bastidor de uma gravação no estúdio.

No geral, o Music oferece muito do que já fazem hoje Google, Rdio e Spotify, que juntas têm um cardápio de 30 milhões de faixas que podem ser ouvidas on-line. "Oh, ok", tuitou, e depois apagou, Daniel Ek, presidente-executivo do Spotify após a apresentação da Apple.

O produto é o resultado da aquisição da Beats, em maio passado, num negócio que custou à Apple US$ 3 bilhões.

A rádio on-line, intitulada Beats 1, será dividida nas difusões baseadas em Los Angeles, em Nova York e em Londres, cada uma supervisionada por um especialista em música diferente.

O app Music fará o gerenciamento de arquivos nos dispositivos móveis (conteúdo baixado) e, para isso, terá integração com a loja iTunes –que continuará existindo como um serviço separado.

Não será possível acessar o catálogo do Music sem pagar (para além, claro, do chamado período de experimentação). Para não assinantes, só estará disponível a rádio on-line, a visualização da página de artistas e suas postagens nela.

A capacidade de fazer upload de seus próprios arquivos de música, como é possível no Play Music, do Google, não terá correlato no Music, apesar de o que for comprado via iTunes se tornar parte da biblioteca do usuário.

O saturado mercado de música por streaming ganhou recentemente outro ator importante além da Apple, com o lançamento do serviço Tidal, promovido por Jay-Z e apoiado por dezenas de artistas, por causa do pagamento maior de royalties.

O repórter YURI GONZAGA viajou a convite da Apple


Endereço da página: