Folha de S. Paulo


Novos Galaxy melhoram tela e design, mas pecam na bateria; leia teste

O impressionante par de novos smartphones de topo de linha da Samsung, Galaxy S6 e Galaxy S6 Edge, corrige características tidas como defeitos nos aparelhos que os antecederam –como o acabamento em plástico– ao mesmo tempo em que abre margem para críticas em outros aspectos: a duração da bateria é menor, e não há espaço para cartão de memória.

Poderia ser dito que a Samsung tornou seus celulares mais parecidos com o iPhone, ao sacrificar virtudes elogiadas por alguns (bateria removível, resistência a água e a expansibilidade do armazenamento) em nome do design, um fator reconhecido por todos. Isso sem falar da semelhança visual, notada principalmente nas bordas.

O Galaxy S6 e o Galaxy S6 Edge têm todos os mesmos componentes, salvo uma marcada diferença na tela, que tem os cantos arredondados no S6 Edge –isso lhe concede um visual muito sofisticado, mais sofisticado que o de um iPhone. O Galaxy S6 tem o semblante simples e próximo do das gerações passadas.

Do ponto de vista de uso, essa curvatura é inócua: a leitura não é prejudicada, e por outro lado suas funções extras têm utilidade praticamente nula. Uma delas é a que permite ao usuário saber quem entre seus contatos favoritos o está ligando se o celular estiver virado para baixo em uma mesa; as demais seriam possíveis nas telas planas.

Além disso, há diferença nos preços: o Galaxy S6 custa R$ 3.299, ante R$ 4.299 do Galaxy S6 Edge, astronômicos se contrastados ao do concorrente Moto X (R$ 1.499), mas não tanto ao lado do do iPhone 6 (R$ 3.499) e o de seu irmão maior iPhone 6 Plus (R$ 3.899).

Por tais cifras, não era de se esperar algo menos que "premium" da Samsung, e é o que a empresa entrega, de fato, a começar pelo corpo metálico e pelo revestimento em vidro temperado, responsáveis tanto pela beleza quanto pela propensão a quedas dos celulares, escorregadios.

Os aparelhos começaram a ser vendidos no Brasil neste sábado (25). A versão básica tem 32 Gbytes, uma vantagem em relação à capacidade em relação aos iPhones, que têm escassos 16 Gbytes.

Diferentemente da Apple, que diferenciou seus smartphones basicamente no tamanho da tela, a Samsung lançou os novos membros da linha Galaxy com visor e corpo de mesma dimensão, que pode-se dizer que é boa para operar com só uma das mãos.

Uma das críticas que pode ser feita ao exterior dos celulares é que a câmera tem a lente protuberante, assim como os novos iPhones.

A tela desses novos Android tem a altíssima resolução de 2.560 x 1.440 pixels em 5,1 polegadas, resultando na nitidez nominal mais alta entre qualquer smartphone (são 577 pixels por polegada ante 326 ppp do iPhone 6 e 401 ppp do iPhone 6 Plus, ou 538 ppp do LG G3, aparelho concorrente que terá seu sucessor apresentado nesta terça).

Na prática, a diferença é pouco notada, lado a lado com concorrentes, mas a tela do Galaxy S6 e do Galaxy S6 Edge não deixa de ser fantástica: tem cores menos azuladas que a do antecessor e contraste melhor que as dos iPhones.

A saturação desse visor de Oled é demasiado alta, e ainda que a resultante "vivacidade" seja um fator positivo para alguns, outros podem querer ajustá-la nas configurações do celular –o que felizmente é possível.

Uma das consequências da tela extremamente densa em número de pixels é demandar mais dos processadores do celular, o que faz a vida de bateria diminuir.

É a bateria, aliás, que poderia ser considerada o calcanhar de Aquiles dos Galaxy S6 e S6 Edge. Reduzida em capacidade e mais requisitada pelo potente hardware, tem duração inferior se comparada à de antecessores e à do iPhone 6 Plus –mas não à do iPhone 6–, o que pode acarretar em "morte prematura" do celular, antes do fim do dia.

Provavelmente para minimizar esse problema é que a Samsung buscou alternativas para a recarga, possível por tecnologia de indução por meio de um acessório vendido à parte (basta o celular estar em contato com essa base, que fica ligada à tomada) e mais rápida quando usando um cabo e um carregador tradicionais.

A abundância de poder de processamento faz com que o sistema (Android 5.0 Lollipop) tenha toda animação extremamente fluida e veloz e rode o mais pesado dos games sem engasgar, além de permitir a operação rapidíssima da câmera –lenta em outros exemplares da linha Galaxy.

A qualidade das imagens geradas pelos aparelhos não é impecável, já que eles têm dificuldades para fazer fotografias verdadeiramente boas com pouca luz, mas é provavelmente a melhor entre qualquer smartphone com Android –e equiparável à do iPhone 6.

A câmera traseira dos Galaxy S6 e S6 Edge tem estabilização ótica, que reduz os tremeliques durante a gravação de vídeos (de resolução máxima 4K e com modo de câmera lenta), só encontrado no iPhone 6 Plus e outros poucos concorrentes, tais quais o LG G3 e o Nexus 5.

Uma virtude dos topo de linha da Samsung é que estão preparados para a era das "selfies": as fotografias tiradas com a câmera frontal são muito nítidas e têm amplo ângulo de visão, o que permite registros sem esticar muito o braço e capturando uma parte grande do plano de fundo.

A fabricante sul-coreana faz modifica pesadamente o sistema desenvolvido pelo Google, além de incluir um leque enorme de aplicativos próprios que sequer podem ser desinstalados. Alguns usuários podem querer modificar os smartphones com "skins", como por exemplo com os aplicativos Aviate (do Yahoo!) e Next (da Microsoft).

Outro ponto em que a Samsung ficou mais perto da Apple foi no sensor de impressões digitais, que agora não demanda que o usuário deslize o dedo sobre o botão para ser reconhecido; basta pressionar. Ainda assim, a tecnologia continua menos precisa que a do iPhone, ao menos aparentemente.


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