Folha de S. Paulo


Após polêmica, EUA dizem que Google não tem práticas anticompetitivas

O governo dos EUA emitiu nesta semana um comunicado em resposta à recente repercussão na imprensa da publicação de documentos sobre uma investigação sobre monopólio em buscas que envolvia o Google e era datada de 2012.

A FTC (Federal Trade Commission, agência governamental responsável por regular o mercado americano) disse que houve um mal-entendido. "Ao contrário das reportagens recentes, a decisão da comissão estava de acordo com as recomendações da divisão de concorrência", afirmou Edith Ramirez, a presidente do conselho do órgão.

Um dos principais pontos discutidos –apontado por um ex-funcionário de longa data da FTC– foi a estranheza causada pela inação da FTC em relação à recomendação da mencionada divisão, que afirmava nos documentos revelados que o Google causava (e continuaria causando) dano aos competidores em buscas on-line.

A divisão dizia que a companhia de internet favorecia em seus resultados produtos "da casa" –como o Maps, o Google Shopping e outros– em detrimento dos de competidores. Apesar disso, a FTC não processou a companhia, como seria praxe, segundo críticos.

"Como dissemos quando do encerramento da investigação, a comissão concluiu que as práticas não eram, considerados todos os aspectos, comprovadamente anticompetitivas", afirmou Ramirez no comunicado, também assinado por seus colegas Julie Brill e Maureen K. Ohlhausen.

A FTC afirma que, depois da investigação, o Google acatou a demandas sobre "diversas outras práticas" que haviam sido objeto de escrutínio no processo.

O órgão diz que são falsas afirmações na imprensa –citando especificamente um artigo desta quarta publicado por "The Wall Street Journal"– de que a proximidade de representantes do Google com membros da FTC teria influenciado suas decisões.

Tal "enganosa narrativa" faz "numerosas inferências e sugestões" sobre a integridade da investigação, disseram os reguladores na missiva.


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