Folha de S. Paulo


Falha deixou usuários do Google e da Apple vulneráveis por mais de 10 anos

Pesquisadores descobriram na terça-feira (3) uma falha de segurança, nomeada Freak, que deixou usuários de dispositivos da Apple e do Google vulneráveis por mais de uma década. Ambas as empresas tentam agora corrigi-la.

O "bug" permitiria a hackers interceptar conexões seguras HTTPS e forçá-las a utilizarem criptografia mais fraca do tipo "export-grade" (presente em alguns sites), que pode ser facilmente quebrada.

O ataque seria possível no navegador de aparelhos com Android, no browser Safari e em Macs rodando o sistema operacional da Apple.

Pawel Kopczynski/Reuters
Vulnerabilidade descoberta por pesquisadores passou despercebida por mais de uma década
Vulnerabilidade descoberta por pesquisadores passou despercebida por mais de uma década

Um site dedicado ao Freak montou uma lista com milhares de páginas da web que poderiam ser exploradas por conterem a criptografia "export-grade".

Dentre elas, também estão páginas brasileiras de bancos (santander.com.br e itau.com.br), de lojas (extra.com.br, pontofrio.com.br, casasbahia.com.br) e de governos (planalto.gov.br, mg.gov.br e ibama.gov.br).

O instituto de pesquisas francês Inria, responsável por descobrir o Freak, disse que ainda não é possível saber se algum hacker se aproveitou da vulnerabilidade para roubar dados de internautas.

Um porta-voz da Apple disse à agência de notícias Reuters que a atualização de software necessária para remediar o bug seria liberada na próxima semana. Já o Google afirmou que desenvolveu uma correção para o problema e que já o distribuiu para operadoras e fabricantes.

CRIPTOGRAFIA FRACA

Segundo os pesquisadores, a falha de segurança é resultado de uma antiga política dos Estados Unidos que proibia a exportação de encriptação forte e exigia que produtos vendidos para o exterior tivessem a criptografia mais fraca do tipo "export-grade".

As restrições foram banidas no fim dos anos 1990, mas, de alguma forma, a tecnologia "export-grade" se proliferou e retornou aos EUA. A vulnerabilidade não havia sido notada até então.


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