Folha de S. Paulo


Galaxy S6 é elegante e rápido, mas tem interface complicada; veja teste

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Depois de um ano em que viu seu lucro encolher 32%, a Samsung procura um recomeço. E o smartphone Galaxy S6, apresentado na feira Mobile World Congress no último domingo (1º), dá a impressão de que a empresa encontrou um bom caminho. E de que consegue brigar com o iPhone 6, da Apple.

A companhia coreana finalmente tem um smartphone topo de linha com cara de topo de linha. O design do S5, uma evolução desastrosa do S3 e do S4, ficou para trás. O visual de "band-aid" do S5, cheio de furinhos na parte traseira, virou piada na internet.

"Começamos do zero", afirmou J. K. Shin, chefe da divisões de celulares da Samsung que balançou no cargo no final do ano passado.

O plástico, característica comum nos telefones da empresa, foi substituído por alumínio nas bordas e vidro na traseira. As bordas lembram bastante as do iPhone 6.

O Galaxy S6, que será lançado em abril no Brasil, foi apresentado junto com uma variação "Edge", com vidro curvado nas duas laterais, que é mais bonito que a versão original. Vai custar mais caro também (o valor não está definido).

O vidro curvado merece atenção principalmente por questões estéticas. Os recursos aplicados na tela ainda não empolgam. Um deles é bem específico: você atribui cinco cores diferentes aos seus cinco contatos favoritos. Quando o telefone está com a tela para baixo e algum desses contatos faz uma ligação, a tela emite a cor correspondente à da pessoa.

Quantas vezes você se contorceu de curiosidade para saber quem liga quando a tela está para baixo? Aliás, quantas pessoas deixam o telefone virado?

Para manter o visual, a Samsung tomou mais umas lições com a Apple: a bateria não é mais removível e não há mais entrada para cartão de memória. É um telefone vedado. Ou quase isso. O S6 perdeu justamente proteção contra água, o que deve decepcionar alguns fãs.

Internamente, a Samsung dispensou a fabricante de chips Qualcomm e adotou um processador próprio –um movimento um tanto demorado para a companhia coreana, que, curiosamente, produz os chips do iPhone.

O consumidor não sentirá diferença, embora a empresa diga que se trata de um processador 20% mais rápido.

"Aprendemos com nossos erros", afirmou Shin na apresentação do S6. Faltou, porém, um detalhe: mexer mais na interface que a companhia aplica no Android, ainda muito carregada e confusa.

O menu de configurações, por exemplo, ainda mantém muitas opções, que podem confundir até quem usa o Android de outras companhias.

A empresa diz que simplificou 40% da interface e adotou medidas como relacionar determinadas funções a cores, mas as mudanças não são fáceis de perceber.

O jornalista BRUNO ROMANI viajou a convite da Samsung


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