Os aparelhos vestíveis, como pulseiras e relógios inteligentes, estão entre as grandes apostas da indústria: a consultoria Euromonitor prevê que 5,4 milhões desses produtos serão vendidos no Brasil em 2018 (foram 400 em 2013). Ainda falta, entretanto, as pessoas entenderem para que eles servem.
Os chamados "wearables" estão na lista dos cinco itens tecnológicos que menos vão interessar os brasileiros em 2015. Eles foram citados como "redundantes ou desnecessários" por 22% dos entrevistados em uma pesquisa feita pelo Datafolha a pedido do IEEE (Instituto de Engenheiros Elétricos e Eletrônicos, na sigla em inglês).
O estudo foi feito com 499 pessoas nas cinco regiões do Brasil –os entrevistados se declararam interessados em tecnologia.
"As pessoas não compram produtos. Elas compram benefícios", diz Stu Lipoff, membro sênior do IEEE. Segundo ele, as pessoas ainda não entenderam o valor ou a utilidade de ter óculos inteligentes como o Google Glass, por exemplo –produto que foi abandonado pela companhia no mês passado.
Esse é o mesmo motivo para outras tecnologias também aparecerem na lista, como os serviços de streaming de música, citados por 21% dos entrevistados, e dos sistemas de domótica, que automatizam as tarefas e rotinas de casas, indicados por 17%.
"Talvez você possa responder a campainha quando estiver viajando ou ajustar o termostato. Não é mais excitante do que o Google Glass", afirma Lipoff.
Os campeões entre os não desejados, entretanto, são produtos que estão (ou já foram) substituídos por outros. Quase metade (45%) dos entrevistados rejeita câmeras digitais. Essa é uma tendência observada desde 2010 e 2011, conforme celulares com câmeras igualmente boas se popularizaram.
Em seguida vêm e-readers, indicados por 25% das pessoas e que sofrem concorrência com os tablets.
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MAL ME QUER
Confira os tipos de aparelhos e serviços mais indesejados:
CÂMERAS DIGITAIS
De acordo com relatório da CIPA (Associação de Produtos de Imagem e Câmeras), as vendas de câmeras digitais com lente fixa despencaram de 77,9 milhões de unidades em 2012 para 45,7 milhões de unidades em 2013. Mas a queda nas vendas é tendência desde 2011.
| Rubens Cavallari - 10.ago.2009/Folhapress | ||
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| Câmera digital de lente fixa da Sony |
E-READERS
Ofuscados pelos tablets por terem função única. "Quando você pode comprar um aparelho multifuncional, o e-reader acaba se tornando obsoleto", diz Reinaldo Sakis, gerente de pesquisas da consultoria IDC Brasil.
| Divulgação | ||
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| O leitor Kindle Paperwhite de segunda geração, vendido pela Amazon no Brasil |
VESTÍVEIS
Em 2014, foram vendidos 4,6 milhões desses aparelhos, diz a consultoria Canalys. É esperado que a chegada do relógio Apple Watch, em abril, faça com que o mercado cresça (como aconteceu com o iPhone e os smartphones).
| Divulgação | ||
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| Versão com mostrador e pulseira de aço inoxidável do Apple Watch |
STREAMING DE MÚSICA
Esses serviços, nos quais é possível ouvir canções sem baixá-las para o computador ou celular, ainda são muito recentes, por isso são pouco desejados, diz Leonardo Morel, professor da FGV-Rio. O Spotify, um dos mais conhecidos, só chegou ao Brasil em 2014. Pesquisa do Comitê de Desenvolvimento da Música Digital com 1.112 pessoas indicou que 44% não sabiam do que se tratava esse serviço.
| Reprodução | ||
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| Cena do vídeo de anúncio do serviço de streaming de música Spotify |
SISTEMAS DE DOMÓTICA
Os produtos de automação para casas fazem parte de um mercado novo, mas valorizado pelas empresas de tecnologia, como o Google, que comprou a Nest Labs, de termostatos inteligentes, por US$ 3,2 bilhões em 2014.
| Divulgação | ||
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| Imagem de divulgação do app de iPhone do sistema de iluminação Philips Hue |