Folha de S. Paulo


HoloLens não faz holografias, diz especialista

Oficialmente, o evento da Microsoft na semana passada era apenas para trazer notícias sobre o Windows 10, mas os minutos finais da roubaram a atenção da plateia.

A companhia anunciou o HoloLens, óculos supostamente capaz de misturar com precisão imagens digitais com o mundo real. Vídeos mostraram um homem jogando "Minecraft" em cima da mobília da sala e uma garota usando o Skype projetado na parede enquanto recebia dicas para consertar uma pia.
Junto, a Microsoft libertou uma palavra que parecia aprisionada na ficção, a holografia -mas o uso que a empresa faz do termo é controverso, do ponto de vista teórico.

"Os óculos nada têm de holográficos. Holograma é uma imagem tridimensional que se vê sem óculos específicos, permitindo que o observador olhe em volta", explica José Joaquin Lunazzi, especialista em holografia do Instituto de Física da Unicamp.

Para ele, o HoloLens estaria mais próximo do Oculus Rift, que alavancou no ano passado o segmento de realidade virtual. Pelas demonstrações, o acessório também poderia ser uma versão turbinada do Google Glass, que deixou de ser vendido na semana passada e trabalha com realidade aumentada.

"Os verdadeiros hologramas são raridade de museu, a holografia de imagens é uma técnica antiga já extinta, que poderá renascer em imagens digitais por meio de nanotecnologia daqui a vários anos", diz Lunazzi.


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