Folha de S. Paulo


Google planeja vender serviço de celular nos EUA, diz jornal

O Google planeja oferecer assinaturas rede celular diretamente aos consumidores usando as redes de Sprint e T-Mobile, segundo reportagens publicadas no fim desta quarta-feira (21).

O Google pode vender planos de dados com descontos que pressionariam as demais outras operadoras de serviços telefônicos dos EUA a oferecerem melhores negócios aos consumidores, ou arriscar perder clientes para um rival poderoso.

Assinaturas mais baratas, por sua vez, poderiam levar mais pessoas a se conectarem, algo que o Google tenta fazer porque a empresa tem o sistema de busca dominante na internet e a maior rede de anúncios on-line. A companhia de Mountain View, Califórnia, lucra mais se houver um maior público em seus serviços.

O Google também implementa seus serviços em seu sistema para dispositivos móveis, o Android, o mais usado em smartphones.

Tanto o site de notícias "Information" quanto o jornal "Wall Street Journal" divulgaram as intenções do Google de tornar-se um provedor de serviço de celular. As reportagens citaram pessoas "familiarizadas com o assunto" que não foram identificadas.

Representantes do Google, da Sprint e da T-Mobile negaram-se a comentar o publicado.

Não ficou claro quão amplamente o Google quer fazer isso, ou quando o serviço seria lançado. A empresa já comercializa internet ultrarrápida junto com serviço de TV diretamente ao mercado americano em partes das cidades de Kansas City (no Estado de Kansas), Kansas City (no Estado de Missouri), Provo (Utah) e Austin (Texas).

O plano do Google de levar todos ao mercado de internet comprando parte das redes de Sprint e T-Mobile é conhecido como um acordo MVNO (operador de rede móvel virtual, na sigla em inglês). O Google provavelmente ainda terá de estabelecer sua própria operação para lidar com o cliente e o faturamento, uma área onde a empresa tem pouca experiência prévia.

Arrendar espaço ao Google representa um risco calculado para a Sprint, a terceira maior operadora nos EUA, e para a T-Mobile, a quarta maior. Enquanto tal negócio com o Google poderia aumentar seu faturamento, também abriria a porta para que uma empresa com muito dinheiro em caixa torne-se eventualmente uma ameaça competitiva.

A T-Mobile já vem chacoalhando o segmento desde o ano passado, quando cortou preços e introduziu planos que levaram as duas maiores operadoras, Verizon e AT&T, a oferecerem assinaturas equivalentes.


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