Folha de S. Paulo


Não há padrão técnico para detectar pedófilos na internet brasileira

No Brasil, não existe um padrão técnico para detectar pedófilos na internet. Apesar disso, iniciativas semelhantes à dos estudantes foram testadas por ONGs e pela polícia.

Para Waldemar Oliveira, da ONG Cedeca (Centro de Defesa da Criança e do Adolescente), o governo negligencia o combate à pedofilia. "Procuramos os Executivos estadual e federal com projeto semelhante, há cerca de cinco anos, não encontramos guarida e tivemos de dissolvê-lo." Hoje, boa parte do trabalho é feito manualmente.

Segundo Thiago Tavares, presidente da Safernet —principal órgão de combate à pedofilia on-line no país—, a polícia foca-se na detecção de imagens, em vez de conversas. A ONG tocou um projeto de análise de texto, que chegou a ser usado pela polícia para vasculhar posts no Orkut, mas não conversas.

"Não tive acesso ao algoritmo [dos estudantes], mas é louvável", diz Tavares, que faz uma ressalva. "Cai em uma polêmica de privacidade, do uso de 'babá eletrônica' e de o quanto pode ser invasivo", diz.
Procurada, a Polícia Federal não respondeu a tempo questões sobre as técnicas que emprega em operações contra a pornografia infantil na internet.


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